Tirando os Post-Its que caíram na altura da foto - "Continuar a ter a capacidade de rir até nas mais insólitas situações. Deixar de ser tão distraída. Vontade para encarar 365 novas oportunidades", acho que não me esqueci de nada...
Sentadinha no sofá desta Sala que é vossa, espero que 2014 seja especial em cada um de vocês****
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
Sushizar
Num ano em que me dediquei a mim e experimentei de tudo um pouco, decidi que o ano não podia acabar sem concretizar mais uma curiosidade.
Depois de fazer acupunctura, massagem Tui Na, de ter conhecido Madrid, de ter feito depilação definitiva, de ter secado derrames, de ter feito uma tatuagem, de ter feito a única dieta da minha vida...chegou a altura de me aventurar no Sushi ( um prato da culinária japonesa que possui origem numa antiga técnica de conservação da carne de peixe em arroz avinagrado).
Antes de provar pensei "seja o que Deus quiser...!" mas não precisei de rezas nenhumas. Gostei muito, sobrevivi e curiosamente não me soube a peixe mesmo...aquele sabor que nos faz franzir a sobrancelha com ar de nojo.
Fui sem medo até porque não sou esquisita, adoro comer e conhecer novos pratos.
Expliquei à senhora que era a primeira vez e sendo assim, prepararam um prato "leve" com Sushi e Sashimi (consiste em finíssimas lâminas de peixe cru) muito apetecível. No entanto, o primeiro prato servido foi Sushi quente...e isso sim, foi o melhor, sem dúvida!
Não delirei com o Sashimi, confesso que me fui esquivando. Mas o Sushi surpreendeu-me!!!
Não fiquei viciada como dizem tantas vezes que se fica...talvez vá ficando nas próximas oportunidades.
Acompanhei com um Chá Verde e só faltou aquela musiquinha de fundo oriental (tim non ning on tu na ning).
Para sobremesa, virei-me para o chocolate, com a desculpa que queria cortar o sabor dos pratos. Na realidade, chocolate é sempre bem vindo!!!
Fiquei foi impressionada com o preço...puxa, muito caro. Duas pessoas, 40€ (ok, tínhamos um voucher de 20€...mas pagamos o resto, foi o que safou!) e não comemos quase nada.
Chiça, doeu...sobe-me logo a veia nortenha, dá logo vontade de dizer "Obrigadinha mas vão roubar para o C****" - mas vá, calma, deixamos um sorriso ;)
Fica a dica, mesmo a fechar o ano. Não tenham medo só porque parece estranho.
Há surpresas escondidas, basta termos vontade de as procurar!
Bom resto de Domingo***
Depois de fazer acupunctura, massagem Tui Na, de ter conhecido Madrid, de ter feito depilação definitiva, de ter secado derrames, de ter feito uma tatuagem, de ter feito a única dieta da minha vida...chegou a altura de me aventurar no Sushi ( um prato da culinária japonesa que possui origem numa antiga técnica de conservação da carne de peixe em arroz avinagrado).
Antes de provar pensei "seja o que Deus quiser...!" mas não precisei de rezas nenhumas. Gostei muito, sobrevivi e curiosamente não me soube a peixe mesmo...aquele sabor que nos faz franzir a sobrancelha com ar de nojo.
Fui sem medo até porque não sou esquisita, adoro comer e conhecer novos pratos.
Expliquei à senhora que era a primeira vez e sendo assim, prepararam um prato "leve" com Sushi e Sashimi (consiste em finíssimas lâminas de peixe cru) muito apetecível. No entanto, o primeiro prato servido foi Sushi quente...e isso sim, foi o melhor, sem dúvida!
Não delirei com o Sashimi, confesso que me fui esquivando. Mas o Sushi surpreendeu-me!!!
Não fiquei viciada como dizem tantas vezes que se fica...talvez vá ficando nas próximas oportunidades.
Acompanhei com um Chá Verde e só faltou aquela musiquinha de fundo oriental (tim non ning on tu na ning).
Para sobremesa, virei-me para o chocolate, com a desculpa que queria cortar o sabor dos pratos. Na realidade, chocolate é sempre bem vindo!!!
Fiquei foi impressionada com o preço...puxa, muito caro. Duas pessoas, 40€ (ok, tínhamos um voucher de 20€...mas pagamos o resto, foi o que safou!) e não comemos quase nada.
Chiça, doeu...sobe-me logo a veia nortenha, dá logo vontade de dizer "Obrigadinha mas vão roubar para o C****" - mas vá, calma, deixamos um sorriso ;)
Fica a dica, mesmo a fechar o ano. Não tenham medo só porque parece estranho.
Há surpresas escondidas, basta termos vontade de as procurar!
Bom resto de Domingo***
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
E depois da festa...
...vem a ressaca. Dos doces, da azáfama, dos beijinhos em série, dos telefonemas em cadeia e das mensagens parecidas umas com as outras que não param de chegar.
Hoje, é aquele dia bom, que aconteça o que acontecer...estás em paz. Casa em pantanas, mas só se ouve os teus suspiros.
O chamado "The Day After", em que fechamos a mente e a alma para balanço.
E é nesta altura, que há certas melodias que não nos saem da cabeça.
Esta, é a que está em looping agora.
"Como eu não sei rezar
um dia pus-me a contar
quantas estrelas há no céu
comecei na tua rua
naquela estrela que é tua
a estrela que deus te deu
Quanto mais estrelas contava
mais o céu se iluminava
mais luzinhas se acendiam
nem o astro se cansava
eram tantas que eu cegava
e era por ti que nasciam
Quando o coração da gente
tem uma estrela cadente
morre para nascer depois
inventei uma oração
que uma tivesse o condão
de nascer para nós os dois
Adormeci com a esperança
até onde a vista alcança
quando o céu é mais estrelado
acordei à luz do sol
afastei o meu lençol
e tu estavas a meu lado"
António Zambujo - https://www.youtube.com/watch?v=dgxhmGfvPB8&list=PLiW7xTlN9XDLAn0vpgfYi2k4D15T60hMR
Hoje, é aquele dia bom, que aconteça o que acontecer...estás em paz. Casa em pantanas, mas só se ouve os teus suspiros.
O chamado "The Day After", em que fechamos a mente e a alma para balanço.
E é nesta altura, que há certas melodias que não nos saem da cabeça.
Esta, é a que está em looping agora.
"Como eu não sei rezar
um dia pus-me a contar
quantas estrelas há no céu
comecei na tua rua
naquela estrela que é tua
a estrela que deus te deu
Quanto mais estrelas contava
mais o céu se iluminava
mais luzinhas se acendiam
nem o astro se cansava
eram tantas que eu cegava
e era por ti que nasciam
Quando o coração da gente
tem uma estrela cadente
morre para nascer depois
inventei uma oração
que uma tivesse o condão
de nascer para nós os dois
Adormeci com a esperança
até onde a vista alcança
quando o céu é mais estrelado
acordei à luz do sol
afastei o meu lençol
e tu estavas a meu lado"
António Zambujo - https://www.youtube.com/watch?v=dgxhmGfvPB8&list=PLiW7xTlN9XDLAn0vpgfYi2k4D15T60hMR
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Neste Natal...uma partilha especial :)
Em Março deste ano, partilhei com vocês (na altura muitos menos do que são agora) uma primeira e única fotografia minha que jurei nunca partilhar aqui.
Mas as palavras vão-se soltando, a Sala vai sendo mais vossa que minha, vão-se decorando os móveis em volta, pintando quadros e pondo molduras em estantes. Esta "casa" vai ganhando rostos, cheiros.
E nesta altura de Natal, em que transbordam imagens reluzentes desta época, apeteceu-me voltar a colocá-la aqui. Meia desfocada, é certo. Mas focada no desejo que todos vocês tenham uma alma bem cheia nesta quadra.
Cheia daquilo que interessa. Sem filas e sem nervosismos de correrias de shoppings.
Um Natal como aqueles em que fomos crianças.
Cheio. Quente.
De mim, com amor :)
Mas as palavras vão-se soltando, a Sala vai sendo mais vossa que minha, vão-se decorando os móveis em volta, pintando quadros e pondo molduras em estantes. Esta "casa" vai ganhando rostos, cheiros.
E nesta altura de Natal, em que transbordam imagens reluzentes desta época, apeteceu-me voltar a colocá-la aqui. Meia desfocada, é certo. Mas focada no desejo que todos vocês tenham uma alma bem cheia nesta quadra.
Cheia daquilo que interessa. Sem filas e sem nervosismos de correrias de shoppings.
Um Natal como aqueles em que fomos crianças.
Cheio. Quente.
De mim, com amor :)
sábado, 21 de dezembro de 2013
Eu e o Alentejo :)
Sou do Porto. Tenho sangue tripeiro e alma portuense.
Mas tenho uma adoração pelo Alentejo que não escondo a ninguém. Uma ligação especial, desde sempre.
Seduzem-me as paisagens, as pessoas, o silêncio escondido a qualquer altura do dia.
O ar que entra e nos faz abrandar, um ambiente em forma de abraço que sou incapaz de recusar.
Há alguns anitos que venho cá, ao Alentejo, cm um grupo de amigos, para um espaço mágico que carinhosamente chamamos "a herdade do tio", que pertence ao pai de um desses amigos.
Estão a ver aqueles espaços verdes, com redes de descanso no alpendre, árvores de fruto, casa rústica por dentro e quentinha quando o frio aperta?
É isto.
É aqui que recarrego parte das minhas energias :)
Bom fim de semana****
Mas tenho uma adoração pelo Alentejo que não escondo a ninguém. Uma ligação especial, desde sempre.
Seduzem-me as paisagens, as pessoas, o silêncio escondido a qualquer altura do dia.
O ar que entra e nos faz abrandar, um ambiente em forma de abraço que sou incapaz de recusar.
Há alguns anitos que venho cá, ao Alentejo, cm um grupo de amigos, para um espaço mágico que carinhosamente chamamos "a herdade do tio", que pertence ao pai de um desses amigos.
Estão a ver aqueles espaços verdes, com redes de descanso no alpendre, árvores de fruto, casa rústica por dentro e quentinha quando o frio aperta?
É isto.
É aqui que recarrego parte das minhas energias :)
Bom fim de semana****
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Raios de Sol
Podia falar da dor de cabeça que me perseguiu o dia todo, da tosse que nunca me deixa. Das dores de costas e do corpo pesado pronto a ficar de molho. Da falta de paciência que tantas vezes me assombra. Do quanto eu desejo vir para o meu sofá.
Mas eles salvaram-me o dia. Como fazem tantas vezes sem o saberem.
Quando vi e li o que tinham dito e sido registado na tela, o queixo começou a tremer.
Pus a tela à frente da cara e caíram umas lágrimas. E eles, coitadinhos, assustados por acharem que eu não tinha gostado.
Expliquei num instante que tinha sido "uma mosca" a entrar para os meus olhos, nada mais. Expliquei que tinha adorado e li, frase a frase. A Matilde acha que sou "docinha" e isso ficou retido em mim.
A Madalena, deve ter sido a única que não acreditou na história da mosca que me fez chorar. Levantou-se, passou a mão na minha cara e deu-me um beijinho com um sorriso maroto.
E naquele segundo, não precisei de lhes explicar nada.
Obrigada também a quem trabalha directamente comigo, na mesma sala, que tanto me tem ajudado e que faz o tempo andar tão rápido.
Ela sabe que agradeço e eu faço questão de dizer várias vezes o quanto gosto dela.
Foram os raios de sol mais brilhantes do dia.
Porque são meus, todos eles :)
Um excelente início de semana para todos***
Mas eles salvaram-me o dia. Como fazem tantas vezes sem o saberem.
Quando vi e li o que tinham dito e sido registado na tela, o queixo começou a tremer.
Pus a tela à frente da cara e caíram umas lágrimas. E eles, coitadinhos, assustados por acharem que eu não tinha gostado.
Expliquei num instante que tinha sido "uma mosca" a entrar para os meus olhos, nada mais. Expliquei que tinha adorado e li, frase a frase. A Matilde acha que sou "docinha" e isso ficou retido em mim.
A Madalena, deve ter sido a única que não acreditou na história da mosca que me fez chorar. Levantou-se, passou a mão na minha cara e deu-me um beijinho com um sorriso maroto.
E naquele segundo, não precisei de lhes explicar nada.
Obrigada também a quem trabalha directamente comigo, na mesma sala, que tanto me tem ajudado e que faz o tempo andar tão rápido.
Ela sabe que agradeço e eu faço questão de dizer várias vezes o quanto gosto dela.
Foram os raios de sol mais brilhantes do dia.
Porque são meus, todos eles :)
Um excelente início de semana para todos***
sábado, 14 de dezembro de 2013
O último abraço que me dás
Este é, provavelmente, o melhor texto que li este ano.
Porque aperta tudo cá dentro. Porque congela e derrete as emoções como num looping de um carrocel.
Leiam, absorvam e reflitam.
"O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, onde a elegância dos doentes os transforma em reis. Numa das últimas vezes que lá fui encontrei um homem que conheço há muitos anos. Estava tão magro que demorei a perceber quem era. Disse-me
- Abrace-me porque é o último abraço que me dá
durante o abraço
- Tenho muita pena de não acabar a tese de doutoramento
e, ao afastarmo-nos, sorriu. Nunca vi um sorriso com tanta dor entre parêntesis, nunca imaginei que fosse tão bonito.
Com o meu corpo contra o dele veio-me à cabeça, instantâneo, o fragmento de um poema do meu amigo Alexandre O'Neill, que diz que apenas entre os homens, e por eles, vale a pena viver. E descobri-me cheio de respeito e amor. Um rapaz, de cerca de vinte anos, que fazia quimioterapia ao pé de mim, numa determinação tranquila:
- Estou aqui para lutar
e, por estranho que pareça, havia alegria em cada gesto seu. Achei nele o medo também, mais do que o medo, o terror e, ao mesmo tempo que o terror, a coragem e a esperança.
A extraordinária delicadeza e atenção dos médicos, dos enfermeiros, comoveu-me. Tropecei no desespero, no malestar físico, na presença da morte, na surpresa da dor, na horrível solidão da proximidade do fim, que se me afigura de uma injustiça intolerável. Não fomos feitos para isto, fomos feitos para a vida. O cabelo cresce-me de novo, acho-me, fisicamente, como antes, estou a acabar o livro e o meu pensamento desvia-se constantemente para a voz de um homem no meu ouvido
- Acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento
porque não aceito a aceitação, porque não aceito a crueldade, porque não aceito que destruam companheiros. A rapariga com a peruca no braço da cadeira. O senhor que não olhava para ninguém, olhava para o vazio. Ali, na sala de quimioterapia, jamais escutei um gemido, jamais vi uma lágrima. Somente feições sérias, de uma seriedade que não topei em mais parte alguma, rostos com o mundo inteiro em cada prega, traços esculpidos a fogo na pele. Vi morrer gente quando era médico, vi morrer gente na guerra, e continuo sem compreender. Isso eu sei que não compreenderei. Que me espanta. Que me faz zangar. Abrace-me porque é o último abraço que me dá: é uma frase que se entenda, esta? Morreu há muito pouco tempo. Foda-se. Perdoem esta palavra mas é a única que me sai. Foda-se. Quando eu era pequeno ninguém morria. Porque carga de água se morre agora, pelo simples facto de eu ter crescido? Morra um homem fique fama, declaravam os contrabandistas da raia. Se tivermos sorte alguém se lembrará de nós com saudade. De mim ficarão os livros. E depois? Tolstoi, no seu diário: sou o melhor; e depois? E depois nada porque a fama é nada.
O que é muito mais do que nada são estas criaturas feridas, a recordação profundamente lancinante de uma peruca de mulher num braço de cadeira. Se eu estivesse ali sozinho, sem ninguém a ver-me, acariciava uma daquelas madeixas horas sem fim. No termo das sessões de quimioterapia as pessoas vão-se embora. Ao desaparecerem na porta penso: o que farão agora? E apetece-me ir com eles, impedir que lhes façam mal:
- Abrace-me porque talvez não seja o último abraço que me dá.
Ao M. foi. E pode afigurar-se estranho mas ainda o trago na pele. Durante quanto tempo vou ficar com ele tatuado? O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria onde a dignidade dos escravos da doença os transforma em gigantes, onde só existem, nas palavras do Luís, Heróis.
Onde só existem Heróis. Não estou doente agora. Não sei se voltarei a estar. Se voltar a estar, embora não chegue aos calcanhares de herói algum, espero comportar-me como um homem. Oxalá o consiga. Como escreveu Torga o destino destina mas o resto é comigo. E é. Muito boa tarde a todos e as melhoras: é assim que se despedem no Serviço de Oncologia. Muito boa tarde a todos e até já, mesmo que seja o último abraço que damos."
António Lobo Antunes - in VISÃO
Porque aperta tudo cá dentro. Porque congela e derrete as emoções como num looping de um carrocel.
Leiam, absorvam e reflitam.
"O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, onde a elegância dos doentes os transforma em reis. Numa das últimas vezes que lá fui encontrei um homem que conheço há muitos anos. Estava tão magro que demorei a perceber quem era. Disse-me
- Abrace-me porque é o último abraço que me dá
durante o abraço
- Tenho muita pena de não acabar a tese de doutoramento
e, ao afastarmo-nos, sorriu. Nunca vi um sorriso com tanta dor entre parêntesis, nunca imaginei que fosse tão bonito.
Com o meu corpo contra o dele veio-me à cabeça, instantâneo, o fragmento de um poema do meu amigo Alexandre O'Neill, que diz que apenas entre os homens, e por eles, vale a pena viver. E descobri-me cheio de respeito e amor. Um rapaz, de cerca de vinte anos, que fazia quimioterapia ao pé de mim, numa determinação tranquila:
- Estou aqui para lutar
e, por estranho que pareça, havia alegria em cada gesto seu. Achei nele o medo também, mais do que o medo, o terror e, ao mesmo tempo que o terror, a coragem e a esperança.
A extraordinária delicadeza e atenção dos médicos, dos enfermeiros, comoveu-me. Tropecei no desespero, no malestar físico, na presença da morte, na surpresa da dor, na horrível solidão da proximidade do fim, que se me afigura de uma injustiça intolerável. Não fomos feitos para isto, fomos feitos para a vida. O cabelo cresce-me de novo, acho-me, fisicamente, como antes, estou a acabar o livro e o meu pensamento desvia-se constantemente para a voz de um homem no meu ouvido
- Acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento
porque não aceito a aceitação, porque não aceito a crueldade, porque não aceito que destruam companheiros. A rapariga com a peruca no braço da cadeira. O senhor que não olhava para ninguém, olhava para o vazio. Ali, na sala de quimioterapia, jamais escutei um gemido, jamais vi uma lágrima. Somente feições sérias, de uma seriedade que não topei em mais parte alguma, rostos com o mundo inteiro em cada prega, traços esculpidos a fogo na pele. Vi morrer gente quando era médico, vi morrer gente na guerra, e continuo sem compreender. Isso eu sei que não compreenderei. Que me espanta. Que me faz zangar. Abrace-me porque é o último abraço que me dá: é uma frase que se entenda, esta? Morreu há muito pouco tempo. Foda-se. Perdoem esta palavra mas é a única que me sai. Foda-se. Quando eu era pequeno ninguém morria. Porque carga de água se morre agora, pelo simples facto de eu ter crescido? Morra um homem fique fama, declaravam os contrabandistas da raia. Se tivermos sorte alguém se lembrará de nós com saudade. De mim ficarão os livros. E depois? Tolstoi, no seu diário: sou o melhor; e depois? E depois nada porque a fama é nada.
O que é muito mais do que nada são estas criaturas feridas, a recordação profundamente lancinante de uma peruca de mulher num braço de cadeira. Se eu estivesse ali sozinho, sem ninguém a ver-me, acariciava uma daquelas madeixas horas sem fim. No termo das sessões de quimioterapia as pessoas vão-se embora. Ao desaparecerem na porta penso: o que farão agora? E apetece-me ir com eles, impedir que lhes façam mal:
- Abrace-me porque talvez não seja o último abraço que me dá.
Ao M. foi. E pode afigurar-se estranho mas ainda o trago na pele. Durante quanto tempo vou ficar com ele tatuado? O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria onde a dignidade dos escravos da doença os transforma em gigantes, onde só existem, nas palavras do Luís, Heróis.
Onde só existem Heróis. Não estou doente agora. Não sei se voltarei a estar. Se voltar a estar, embora não chegue aos calcanhares de herói algum, espero comportar-me como um homem. Oxalá o consiga. Como escreveu Torga o destino destina mas o resto é comigo. E é. Muito boa tarde a todos e as melhoras: é assim que se despedem no Serviço de Oncologia. Muito boa tarde a todos e até já, mesmo que seja o último abraço que damos."
António Lobo Antunes - in VISÃO
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
The girl next door.
No outro dia, uma amiga lembrou-se de mim ao ver este vídeo - http://www.ela-e-ele.com/um-video-que-te-vai-fazer-dar-valor-pessoa-que-tens-ao-teu-lado - que fala da importância de valorizarmos quem temos ao lado. Por mais simples e por mais banal que a sua presença seja. Mesmo que já faça parte da mobília e da rotina.
Diz que se lembrou de mim porque achava que, à semelhança do que pensava dela própria, não era nem nunca fui aquele tipo de menina muito feminina, vistosa e com sex appeal. E que, segundo ela, tinha algo que prendia ou cativava. E foi isto que me tocou e me fez pensar mais sobre o bom daquilo que não se vê.
Sempre fui muito trapalhona, distraída. Uma miúda básica, a típica "girl next door" como dizem nos States.
Com um riso fácil e expressivo sim, mas muito real. A miúda que fala com a diretora e com a empregada da limpeza com a mesma postura e educação. Que cumprimenta os senhores das portagens e deseja "bom trabalho" mesmo antes de arrancar viagem.
Nunca fui magra, nunca fui gorda. Entorno muitas vezes o copo antes de beber o que lá tem dentro, porque como diz o meu pai "Devo achar que tenho bico" :)
Ponho muitas vezes a sopa no prato raso e o resto no prato da sopa, por pura aselhice.
Escolho a roupa no dia anterior para poder dormir mais 5 minutos. Mesmo assim, o despertador toca cinquenta vezes e ainda chego a tempo, todos os dias.
Não vibro com filmes de terror nem sei cozinhar nenhum prato XPTO. E quando tento, rio-me e não coro.
Decoro todas a datas de aniversário, mais do que possam imaginar, mas que não digo que assim é para não passar por maluquinha.
Nunca me deito numa cama que não esteja feita, nem que a tenha que fazer antes de me deitar, só pelo prazer de abrir e esticar os lençóis.
Nunca me maquilhei, só mesmo agora uso uma certa cor para não ir transparente para a rua. Sim, porque sou muito branca. Branca pálida e ao contrário do que possam achar, não gosto que reparem tantas vezes nisso, como se fosse uma raridade.
Não gosto de falar para multidões nem tenho postura de líder. Gosto de chegar a todos sem sair do sítio ou sem dizer uma palavra.
Não tenho a silhueta de um cisne, não sou alta nem estico as costas como todos devíamos fazer.
Sou sempre (ou quase) a única que nunca bebe álcool porque não gosto, a única que segura uma Fanta na mão, no meio de uma Queima das Fitas cheia de Imperiais. Sou a amiga 100% cool, que pode sempre levar o carro, mas que ás vezes acha que não é valorizada por isso.
Como se fazer parte de uma manada, me excluísse da Selva de forma subtil.
Sou aquela que pega nas canetas enquanto fala, gesticulando, abrindo e fechando a tampa até partir. E de todas as vezes, fico espantada por me acontecer o mesmo.
Sou aquela que dá pisca para sair da garagem, prefiro correr e fugir da chuva só para não abrir o guarda chuva, que por acaso continua no carro, junto ás peças "essenciais".
E sou aquela que raramente diz não, que me rio sem medida e sem controlo de volume, que faz zapping nas rádios todas as manhãs até dar a música certa.
Que fecho os olhos quando saboreio um chocolate delicioso ou quando aquele perfume vem ter comigo.
Aquela que se emociona com uma cena de novela, que nem vê e que nem sabe os nomes das personagens.
Que prefere a Primavera ou o sol de Inverno, ás praias e ao calor desmedido.
Sou eu.
Diz que se lembrou de mim porque achava que, à semelhança do que pensava dela própria, não era nem nunca fui aquele tipo de menina muito feminina, vistosa e com sex appeal. E que, segundo ela, tinha algo que prendia ou cativava. E foi isto que me tocou e me fez pensar mais sobre o bom daquilo que não se vê.
Sempre fui muito trapalhona, distraída. Uma miúda básica, a típica "girl next door" como dizem nos States.
Com um riso fácil e expressivo sim, mas muito real. A miúda que fala com a diretora e com a empregada da limpeza com a mesma postura e educação. Que cumprimenta os senhores das portagens e deseja "bom trabalho" mesmo antes de arrancar viagem.
Nunca fui magra, nunca fui gorda. Entorno muitas vezes o copo antes de beber o que lá tem dentro, porque como diz o meu pai "Devo achar que tenho bico" :)
Ponho muitas vezes a sopa no prato raso e o resto no prato da sopa, por pura aselhice.
Escolho a roupa no dia anterior para poder dormir mais 5 minutos. Mesmo assim, o despertador toca cinquenta vezes e ainda chego a tempo, todos os dias.
Não vibro com filmes de terror nem sei cozinhar nenhum prato XPTO. E quando tento, rio-me e não coro.
Decoro todas a datas de aniversário, mais do que possam imaginar, mas que não digo que assim é para não passar por maluquinha.
Nunca me deito numa cama que não esteja feita, nem que a tenha que fazer antes de me deitar, só pelo prazer de abrir e esticar os lençóis.
Nunca me maquilhei, só mesmo agora uso uma certa cor para não ir transparente para a rua. Sim, porque sou muito branca. Branca pálida e ao contrário do que possam achar, não gosto que reparem tantas vezes nisso, como se fosse uma raridade.
Não gosto de falar para multidões nem tenho postura de líder. Gosto de chegar a todos sem sair do sítio ou sem dizer uma palavra.
Não tenho a silhueta de um cisne, não sou alta nem estico as costas como todos devíamos fazer.
Sou sempre (ou quase) a única que nunca bebe álcool porque não gosto, a única que segura uma Fanta na mão, no meio de uma Queima das Fitas cheia de Imperiais. Sou a amiga 100% cool, que pode sempre levar o carro, mas que ás vezes acha que não é valorizada por isso.
Como se fazer parte de uma manada, me excluísse da Selva de forma subtil.
Sou aquela que pega nas canetas enquanto fala, gesticulando, abrindo e fechando a tampa até partir. E de todas as vezes, fico espantada por me acontecer o mesmo.
Sou aquela que dá pisca para sair da garagem, prefiro correr e fugir da chuva só para não abrir o guarda chuva, que por acaso continua no carro, junto ás peças "essenciais".
E sou aquela que raramente diz não, que me rio sem medida e sem controlo de volume, que faz zapping nas rádios todas as manhãs até dar a música certa.
Que fecho os olhos quando saboreio um chocolate delicioso ou quando aquele perfume vem ter comigo.
Aquela que se emociona com uma cena de novela, que nem vê e que nem sabe os nomes das personagens.
Que prefere a Primavera ou o sol de Inverno, ás praias e ao calor desmedido.
Sou eu.
domingo, 8 de dezembro de 2013
Ajudem por favor!!!
Já todos sabem que aqui na Sala todos ajudamos e neste caso, embora não conheça a filha da pessoa desaparecida, tocou-me especialmente por ser do Porto, minha cidade.
Vou colocar aqui o texto transmitido pelo Roger daqui da Blogosfera.
"A minha mãe está desaparecida desde ontem, por volta das 16h. Foi vista pela última vez no Porto, junto ao Palácio de Cristal, tendo vestido um casaco polar azul, calças e sabrinas azuis. Pedia a todos que divulgassem esta informação para tentarmos achar o paradeiro dela. Ela saiu de casa sem documentação, sem telemóvel, sem dinheiro, sem óculos e deixou a porta trancada e a chave no correio. Pensamos que o objectivo dela era mesmo não voltar, mas não podemos perder a esperança de a encontrar (com ou sem vida). Eu, o meu pai e restante família e amigos estamos desesperados e não sabemos mais por onde procurar e a quem recorrer. Foi criada uma página de facebook (https://www.facebook.com/pages/Ajudem-nos-a-encontrar-a-Irene-Correia/1443938082494137) que pedia pf que partilhassem com os vossos contactos. É uma dor imensa não sabermos onde está uma das pessoas mais importantes da nossa vida. Não consigo dormir, não consigo parar de chorar e não sei onde vou arranjar forças para aguentar. Agradeço desde já a vossa partilha e ajuda neste momento tão complicado."
Partilhem por favor, podia ser qualquer um de nós...
Que corra tudo bem!
Vou colocar aqui o texto transmitido pelo Roger daqui da Blogosfera.
"A minha mãe está desaparecida desde ontem, por volta das 16h. Foi vista pela última vez no Porto, junto ao Palácio de Cristal, tendo vestido um casaco polar azul, calças e sabrinas azuis. Pedia a todos que divulgassem esta informação para tentarmos achar o paradeiro dela. Ela saiu de casa sem documentação, sem telemóvel, sem dinheiro, sem óculos e deixou a porta trancada e a chave no correio. Pensamos que o objectivo dela era mesmo não voltar, mas não podemos perder a esperança de a encontrar (com ou sem vida). Eu, o meu pai e restante família e amigos estamos desesperados e não sabemos mais por onde procurar e a quem recorrer. Foi criada uma página de facebook (https://www.facebook.com/pages/Ajudem-nos-a-encontrar-a-Irene-Correia/1443938082494137) que pedia pf que partilhassem com os vossos contactos. É uma dor imensa não sabermos onde está uma das pessoas mais importantes da nossa vida. Não consigo dormir, não consigo parar de chorar e não sei onde vou arranjar forças para aguentar. Agradeço desde já a vossa partilha e ajuda neste momento tão complicado."
Partilhem por favor, podia ser qualquer um de nós...
Que corra tudo bem!
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Um jantar. Um espectáculo. Um pensamento.
Andei um pouco desaparecida, mil desculpas!
Mas com a azáfama do Natal a chegar, a vida nos Colégios acelera e muito. Está aberta a temporada de purpurinas coloridas espalhadas por todo o lado e agarradas ao cabelo e à roupa, de horas que passam a correr, de trabalhos que têm que ser feitos e paredes que têm de ser decoradas.
Mesmo assim, há que ter tempo para tudo e por isso vim sentar-me um pouco aqui no sofá da Sala, pôr-me à conversa com vocês enquanto bebo um cappuccino e partilho algumas sugestões.
Na Terça Feira, o maridão levou-me a jantar...a uma Gruta. Sim, literalmente ou quase.
A Gruta do Paraíso é um restaurante inserido num ambiente histórico, onde se pode rever parte da Cerca Fernandina. Uma sala bem pequena mas acolhedora, perto do Terreiro do Paço em Lisboa. Para quem quiser jantares românticos e acessíveis, fica a dica.
A meu ver, não é muito bem servido na quantidade, mas a qualidade da degustação pareceu-me bastante bem.
Gostei :)
Ontem foi dia de ir ver meu ídolo de sempre, pela terceira vez desde que cá estou em Lisboa: venham os cépticos todos, os desmancha prazeres mas o Herman José é o MÁORIIIII!
No Teatro Villaret, a Sala encheu e ainda bem...ele merece :)
O que eu me ri, o que eu fui feliz ao ouvi-lo!!!
Pelo que foi e pelo que me passou na infância, quando era uma pirralhita que só comia a sopa se estivesse a dar Tal Canal...acreditam nisto?!
Vai estar dia 19, mais uma vez no Villaret. Quem puder, não perca :))
Quando o espetáculo terminou, soube da morte de Mandela.
Não foi surpresa, verdade, mas há sempre aquele suspiro inevitável de quando o mundo se encolhe.
Esteja onde estiver Mandela, que continue ver as melhores coisas da vida. As de um Mundo que, um dia, foi melhor.
Bom fim de semana***
Mas com a azáfama do Natal a chegar, a vida nos Colégios acelera e muito. Está aberta a temporada de purpurinas coloridas espalhadas por todo o lado e agarradas ao cabelo e à roupa, de horas que passam a correr, de trabalhos que têm que ser feitos e paredes que têm de ser decoradas.
Mesmo assim, há que ter tempo para tudo e por isso vim sentar-me um pouco aqui no sofá da Sala, pôr-me à conversa com vocês enquanto bebo um cappuccino e partilho algumas sugestões.
Na Terça Feira, o maridão levou-me a jantar...a uma Gruta. Sim, literalmente ou quase.
A Gruta do Paraíso é um restaurante inserido num ambiente histórico, onde se pode rever parte da Cerca Fernandina. Uma sala bem pequena mas acolhedora, perto do Terreiro do Paço em Lisboa. Para quem quiser jantares românticos e acessíveis, fica a dica.
A meu ver, não é muito bem servido na quantidade, mas a qualidade da degustação pareceu-me bastante bem.
Gostei :)
Ontem foi dia de ir ver meu ídolo de sempre, pela terceira vez desde que cá estou em Lisboa: venham os cépticos todos, os desmancha prazeres mas o Herman José é o MÁORIIIII!
No Teatro Villaret, a Sala encheu e ainda bem...ele merece :)
O que eu me ri, o que eu fui feliz ao ouvi-lo!!!
Pelo que foi e pelo que me passou na infância, quando era uma pirralhita que só comia a sopa se estivesse a dar Tal Canal...acreditam nisto?!
Vai estar dia 19, mais uma vez no Villaret. Quem puder, não perca :))
Quando o espetáculo terminou, soube da morte de Mandela.
Não foi surpresa, verdade, mas há sempre aquele suspiro inevitável de quando o mundo se encolhe.
Esteja onde estiver Mandela, que continue ver as melhores coisas da vida. As de um Mundo que, um dia, foi melhor.
Bom fim de semana***
domingo, 1 de dezembro de 2013
Paul Walker
Então o rapaz é giro que dói, faz as minhas amigas babarem no cinema, põe a "Velocidade Furiosa" na boca do Mundo, torna-se um deleite para os olhinhos ao mesmo tempo que mostra talento para a sétima arte, e espeta-se assim num Porshe?
Estava eu a ver as minhas mariquices aqui no computador, quando leio isto:
O ator Paul Walker, protagonista da série de ação «Fast & Furious» («Velocidade Furiosa») morreu sábado aos 40 anos, vítima de um acidente de viação, confirmou o seu agente.
A notícia foi divulgada pelo sítio na Internet TMZ.com, que refere que o acidente de carro se deu na região norte de Los Angeles.
O ator estava num Porsche quando o motorista perdeu o controlo e bateu com o carro. A colisão fez com que o veículo se incendiasse e ambos os ocupantes morreram.
Paul Walker estava em Santa Clarita para uma exposição de carros num evento beneficente para arrecadar fundos para a tragédia nas Filipinas.
(Revista Lux)
A minha alma está parva.
Não é que fosse fã fã fã, mas mexeu comigo. talvez pela ironia de ter morrido numa situação que tantas vezes controlou em cena, a filmar para todos nós.
Perde-se um borracho, perde-se um grande talento, perde-se mais uma vida, ficando porém a certeza (quem sabe...) que o céu agora se pode tornar mesmo num paraíso.
Um bem hajas!!!
Estava eu a ver as minhas mariquices aqui no computador, quando leio isto:
O ator Paul Walker, protagonista da série de ação «Fast & Furious» («Velocidade Furiosa») morreu sábado aos 40 anos, vítima de um acidente de viação, confirmou o seu agente.
A notícia foi divulgada pelo sítio na Internet TMZ.com, que refere que o acidente de carro se deu na região norte de Los Angeles.
O ator estava num Porsche quando o motorista perdeu o controlo e bateu com o carro. A colisão fez com que o veículo se incendiasse e ambos os ocupantes morreram.
Paul Walker estava em Santa Clarita para uma exposição de carros num evento beneficente para arrecadar fundos para a tragédia nas Filipinas.
(Revista Lux)
A minha alma está parva.
Não é que fosse fã fã fã, mas mexeu comigo. talvez pela ironia de ter morrido numa situação que tantas vezes controlou em cena, a filmar para todos nós.
Perde-se um borracho, perde-se um grande talento, perde-se mais uma vida, ficando porém a certeza (quem sabe...) que o céu agora se pode tornar mesmo num paraíso.
Um bem hajas!!!
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