domingo, 16 de junho de 2013

Porque será...

...que o tema casamento, tem sempre tanto que se lhe diga?
Hoje de tarde, esse tema veio à baila, onde uma das pessoas mantém o desejo forte de se casar e a outra...nem por isso. Sim, a que quer mesmo é a mulher e o homem é o outro lado da história. Previsível, eu sei. E quando algo não é assim tão previsível, é extremamente mais romântico.
Naquela conversa em família, que começou com uma brincadeira, já todos brincavam com a possibilidade de algo espontâneo vir a acontecer, perante um grupo que defendia os interesses da "possível" noiva tentando convencer o namorado e apresentando vários argumentos, e perante um grupo que se mantinha em silêncio ou à parte.
Falo por mim que sou mulher e carrego comigo o cromossoma do romance: claro que sonhei casar-me em grande, com uma festa gigante e com toda a gente que eu bem entendesse. Tive essa meta desde miúda. Cheguei inclusivé a proferir a seguinte frase "Se eu não puder ter o casamento que quero, prefiro não casar".
E meus caros, pela boca morre o peixe...Não aprendi só com este exemplo (foram vários ao longo do tempo) mas percebi que quase nunca temos a vida que planeamos e muitas vezes, por opção nossa. Por uma mudança de opinião, por um olhar diferente sob o mundo.

Sou casada sim, e o dia em questão, nada teve a ver com esses sonhos. Foi perfeito para as medidas que tinha, pequeno e muito simples. Demasiado, até.
Os sonhos de miúda foram-se dissipando e moldando-se à realidade em questão.
Confesso que já não pensava casar (apoiando-me na teoria anterior), estava já convencidíssima que só eu acalentava esse desejo escondido. Eis que de repente, surge um pedido fulminante e quase dois meses depois, estávamos oficialmente ligados.
As voltas que a vida dá...

Aprendi que o que dá beleza ás coisas é a união, o pensar na mesma direcção. Aprendi que se só um lado pensa de certa forma, a magia fica quebrada desde o primeiro segundo. Qual o romantismo que se encontra numa cerimónia em que um quer muito e outro quis porque foi convencido? Deveria ser uma vontade natural. Isso sim, faz o casamento! Os dois quererem e não um e meio.

Eu, casada, me confesso: há ainda uma parte de mim, mulher e menina, que ainda pensa na grande festa. Há ainda uma parte de mim, que deseja ardentemente, que um dia eu seja a noiva que sonhei em miúda. Mesmo que eu hoje veja tudo de uma outra maneira. Confesso que ainda choro nos filmes que retratam casamentos épicos. E em casamentos de amigos, digo-lhe sempre "Bem que podíamos ter feito assim!".
Mas esta foi a forma mais serena e mais equilibrada, para os dois. Não para toda a gente e eu entendo, mas para nós personagens principais FOI.
E espremendo bem a laranja, isso foi o mais importante. Houve amor para isso e mais nada interessa.

À minha querida S. que quer tanto casar, espero que não páre de sonhar, mas espero acima de tudo, que percebas que o que ganha realmente valor, é a vontade dos dois. Só um a querer, acaba com metade da magia. Se pensarmos que não somos todos iguais, não deveríamos ter a nobreza de espírito para perceber que a nossa vontade não se pode sobrepôr ás outras vontades? Há que entender o outro...se existe amor, não é preciso mais nada. O amor sobrepõe-se a papéis e este pensamento é, acredita, mais comum do que aquilo que pensamos. Ter a pessoa ao nosso lado, partilhar momentos de toda uma vida, é por si só, um casamento sem o ser. E olha que eu entendo-te tão bem!
Ao M. que diz que sim ao casamento, mas não para já....que foge do compromisso a sete pés, já pensaste que o amor que sentes é hoje, é agora e não para depois?
Já pensaste que se há amor, poderia haver ainda mais se fechasses os olhos e entrasses nos sonhos de menina de quem quer casar contigo? Acredita em mim, que sou mulher: seria, sem sombra de dúvida, o teu maior gesto de amor.
Decidam o que decidirem, o amor, se existir, resistirá. Ele tem imensas formas!


Com amor,
Vânia


8 comentários:

  1. Vánia o teu texto comoveu-me, sabes amiga penso que em criança não tive grandes sonhos, muito menos com grande festa de casamento, talvez porque trabalhava demais desde os 8 aninhos na Aldeia onde nasci, não tinha tempo para sonhar, aos 13 vim para a cidade trabalhar para uma fábrica, onde conhec o meu falecido marido, também não podiamos sonhar com grandes festas, pois estavamos por nossa conta sem ajudas fosse de quem fosse, o casamento surgiu nas nossas vontades tinha eu 16 anos e 2 meses após estavamos casados, apenas o amor e uma cabana, fomos muito felizes durante 21 anos e 2 meses, e 18 meses sofremos imenso tempo que viveu desde que adoeceu, hoje continua o meu sofrimento.

    Atrevo-me a dizer à S. e ao M.que nada melhor que respeitar as decisões um do outro, mas acima de tudo está o amor que se sobrepôe a tudo, ai que curti-lo e aproveitar cada segundo das vossas vidas amando-se com ou sem papeis.

    beijinho e uma flor

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  2. Não gostei muito do meu dia de casamento, foi cansativo e stressante! Prefiro o casamento em si! E, para uma tímida como eu, quanto mais discreto melhor!
    Beijinhos, boa semana!

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  3. Neste momento sobre casamentos só consigo dizer o seguinte: tentar organizar o casamento, meterem-se num mestrado, despedirem-se para começar por conta própria, tudo num ano é muito mas muito mas mesmo muito muito muito cansativo!

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  4. O casamento tem mesmo muito que se lhe diga!
    Porém sou da opinião que o importante o casamento não é a festa em si, mas sim a união que se celebra!

    bjxxx

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