quarta-feira, 30 de abril de 2014

Cá estou eu!

Voltei, voltei!
Mil desculpas pela ausência e até mesmo dos vossos cantinhos, prometo actualizar-me :)
A minha experiência de ginásio continua, e a minha aversão a máquinas também. Mas tudo o que me ponha a dançar vale e hoje, no Dia Mundial da Dança, fiz o gosto ao pé e tirei a barriga de misérias. Como eu sou feliz a Dançar...e a conhecer sítios novos, como o que conheci estes últimos dias.

Alguém adivinha este paraíso?


Para além da baba que escorri com tamanhas paisagens, pude participar em diferentes actividades e uma delas foi um Workshop de Teatro - meu Deus, como eu gosto daquilo! Era capaz de o fazer a vida toda. Despir as camadas de cada emoção, perceber o que posso fazer e sentir com simples expressões corporais.
O teatro é muito mais que teatro, é introspeção e descoberta. É perceber quantos raios de sol podemos ser ao mesmo tempo, numa só vida :)


No teatro, sinto-me em casa! Claro que tentei fazer outras coisas, dancei Merengue e Kizomba, mas apesar de adorar música e ter muito boa vontade, um rochedo faria melhor. Fui um total desastre. A Kizomba então...parece um acasalamento :/
Tentei andar um pouco de bicicleta e lembrei-me do que dizem que "andar de bicicleta nunca se esquece", ok...mas perde-se o jeito e de que maneira, quase fui com a cara ao chão, mas safei-me ;)
Andava por lá o queriducho do Belmiro de Azevedo, a usufruir do que é dele, pois claro!
Está com um aspecto de velhinho mas nunca perde a postura.
Juro que estive mesmo para lhe perguntar se este produto teve saída...



Terminou assim...a estadia em Tróia :)






quinta-feira, 24 de abril de 2014

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Quinta- Feira Santa. Treino Santo.

Tenho sido uma crescidinha e tenho lutado, diariamente, contra aquela minha voz interior que apela a que o meu rabinho não saia do sítio e veja as maravilhas do sofá cá de casa. Tenho ido TODOS os dias fazer uma aulinha de ginásio, experimentando de tudo um pouco.
Ontem foi dia de Pilates e acho que quebrei a estatística de pessoas que ADORAM Pilates e toda aquela cena do "Inspira, Expira".
Pois bem...não é a minha praia. Cansa muito, é tudo intenso sim senhora...mas é muito parado. Ora se é para sofrer, que não seja lento! Aqui a portuense gosta de ritmo, de coração aos saltos, de bochechas vermelhas de tanto saltar. Gosto de mandar na música e não o contrário.
Hoje voltei à dança e agora sim...estou como nova!!!
A seguir enfardei MacDonalds mas façam de conta que não leram esta parte, Ok?


Ahhhh...e levei tudo no saco!! ;)

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Uma aventura...no Ginásio.

Nasci preguiçosa, bem depois dos meus 9 meses...digamos que deveria ser de Fevereiro e a lua mandou-me para meados de Março.
Já aí não gostava de grandes mudanças, grandes mexidas no meu mundo quieto e estável. Nâo queria sair, pronto!!! Mas com uns belos ferros, fizeram a minha mãe sofrer e puseram-me mesmo cá fora.
Ora fiz-me uma mulher...e a preguiça continuou. Aquela preguiça quase genética, que odeia ginástica, odeia o culto do corpo e tudo que tenha a ver com ginásios. Andar a pé até me agrada, desde que não abusem :/ sou assim, nada a fazer. Mas tudo a mudar. Ou seja, por eu ter consciência que, de facto, faz bem à saúde, decidi pregar uma partida à asma e dizer-lhe que me vou quitar toda para quando as crises aparecerem. Podia fazer gratuitamente claro, mas não arranjo companhia para as horas em que posso e por iniciativa, o meu rabo não se mexe mesmo, é rebelde e tem a mania. Portanto, tive de investir num sítio onde me obrigassem mesmo e mandassem em mim. Tenho livre trânsito e posso massacrar-me em várias modalidades.
Hoje foi o segundo dia de treino. Mas treino à séria, em que cada um são apenas 35 minutos com breves segundos de pausa para beber água. Segunda-Feira é dia de Power - estive a fazer Step (mas não só subir o degrauzinho e descer, Step a valer, com flexões e tudo) e máquinas com diferentes finalidades e torturas. Cinco minutos depois, já eu desejava o fim. Estão a ver aquelas caras a pingar de suor, vermelhas ás manchas? Era assim mesmo que eu estava!
Percebi no entanto, o facto de dizerem que depois de um dia de trabalho, serve para descomprimir e não pensar em mais nada. O tanas. Só não pensei porque estava tão danada e cansada, que a minha cabeça não dava para mais.
Finalizados os 35 minutos, lá fui eu aliviada e feliz por ir tomar banho: ontem fiz o saco, com tudo (achava eu) a que tinha direito, para sair linda e maravilhosa e de banho tomado, rumo a casa.
E aí meus caros, começa a minha verdadeira aventura.

Mal abro o saco, vi que me tinha esquecido dos chinelos, o que para mim é impensável de ultrapassar porque não consigo andar descalça. A solução foi entrar no banho de meias, feita parvinha, como se tivesse uma doença de pele. Ainda para mais eram pretas e mesmo com os vidros baços via-se à distância e devia parecer a sombra do gato das botas.
Quando saí, depois de me secar devidamente, começo a preparar a roupa da parte de cima e percebo...que não trazia soutien (o que eu tinha antes era o de desporto e estava suado, claro). Revirei os olhos e apeteceu-me dar chapadas a mim própria, mas tudo bem, lá vesti a camisola, com o resto das mulheres a pensar certamente que era uma miúda de mente muito aberta e moderna.
Toca a tratar de vestir o resto e...(isto vai piorar, sim) percebi que não tinha cuecas. Claro que o meu primeiro pensamento é cometer aquela velha badalhoquice que todos já fizemos, de vestir as anteriores...mas eis que a inteligente da Vânia, para além de ter ido de meias para o banho, foi de cuecas também. Estavam, claro está, ensopadas de água :/ Oh cromice crónica!!!
O filme a seguir foi tentar vestir as calças sem que ninguém visse que por baixo não ia ter nada. Não fossem pensar que, para além de ser modernaça e não usar soutien, era também descarada. Para ajudar, trazia umas leggins de ganga, daquelas bem justas (as mulheres entendem-me, eu sei...) que para meter tudo no sítio depois da pele estar húmida, é uma tarefa difícil para caneco.
Lá consegui disfarçar a coisa e só me faltava pentear, para não ir desgrenhada...se eu tivesse levado pente, claro :/
Enfim, a minha mãe sempre teve razão: se eu não existisse, tinha mesmo de ser inventada!!!

E amanhã é Terça, até estou com MEDO!!!

domingo, 13 de abril de 2014

As minhas estrelas

Na Sala, durante o trabalho: "Eu sou menino, a Maria é menina e tu és uma Vânia..." - e assim fico a saber que pertenço a outra espécie.
Espero bem que seja daquelas espécies que nunca nos falham e que lhes ficam no coração.
Eles são de facto a luz dos meus olhos e as mais brilhantes estrelas. As que estão sempre lá, a olhar de uma forma que mais ninguém nos olha :)

Bom domingo silenciosos***

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Só.

Gosto de música. Muita e muito. Gosto de saber as letras, de navegar sozinha em todas as palavras e tem vezes que tento imaginar o que está por trás daquela história.
Gosto de músicas tristes, alegres, músicas de Domingo à tarde, de Sábado à noite, música de fazer filhos ou música de cortar os pulsos, se esse for o caso ou o momento.
E gosto de composições inteligentes, de gente com vários andares e portas dentro da alma. É assim que vejo o Jorge Palma, que apesar da não apreciar a sua figura, gosto de imaginar o que aqueles olhos já viram e passaram. Tem as letras mais fascinantes de sempre, mais terapêuticas que um belo dia de sol. Foi com uma música dele que reinventei a minha energia no meu último ano de curso, quando me apetecia desistir.
E foi quando perdi a minha avó, que mais o ouvi. E fez-me tão bem...
Alguém conhece esta?

"Só por existir
Só por duvidar
Tenho duas almas em guerra
E sei que nenhuma vai ganhar

Só por ter dois sois
Só por hesitar
Fiz a cama na encruzilhada
E chamei casa a esse lugar

E anda sempre alguém por lá
Junto á tempestade
Onde os pés não tem chão
E as mãos perdem a razão

Só por inventar
Só por destruir
Tenho as chaves do céu e do inferno
E deixo o tempo decidir

E anda sempre alguém por lá
Junto á tempestade
Onde os pés não tem chão
E as mãos perdem a razão

Só por existir
Só por duvidar
Tenho duas almas em guerra
E sei que nenhuma vai ganhar
Eu sei que nenhuma vai ganhar"


SÓ.


Boa semana***

quinta-feira, 3 de abril de 2014

O mundo num só dia.

A vida pode ter tanto de engraçada, como de triste.
Ontem foi um dia cheio. Tanto de comemorações como de desfechos...cá em casa faziam-se 3 anos de casamento, no Porto a minha avó era cremada, nasceu a minha prima Leonor, a minha "sobrinha" emprestada Violeta e eu passei o dia todo a tentar abstrair-me da ironia disto tudo.
Se eu pensar friamente, que vimos todos de um espermatozoide e que podemos acabar em pó, o melhor de tudo isto é mesmo o intervalo entre os dois: a vida.
Por isso, toca a aproveitar a Sexta Feira que está quase a chegar...e talvez vos caiba o mundo num só dia.

Beijinho silencioso***

terça-feira, 1 de abril de 2014

A carta que nunca lerás.


Á minha avó, ao meu amor:

Escolheste o último dia do meu mês de Março, o meu preferido, para te ires embora. Ou então escolheram ouvir-te e entre um sonho e o outro, levaram-te. Nem sequer imagino a quantidade de vezes que gritaste em silêncio para que te levassem...mesmo sem saberes para onde. Mas sei bem as vezes que eu pedi para te guardarem lugar nessa viagem. Sei que querias e sei que o verde dos teus olhos, já não era de esperança. Eram restos de palavras e pedidos teus que já não chegavam completos a este lado. Pedi porque gostava (e gosto) demasiado de ti para te voltar a ouvir dizer que "não fazias mais nada aqui"...lembras-te como eu te contrariava, com piadas parvas?
Lembras-te como te convencia a "ficar cá" num hotel cinco estrelas, onde cuidavam de ti e onde de vez em quando se esqueciam das batatas fritas ao pé de ti. Aquelas que não deixavas escapar.
Sei que no meio de tantas memórias perdidas, eu estava mais ou menos intacta. Sabia disso quando olhavas para mim e me passavas a mão na cara, depois de horas à minha espera. Eu nem sempre cheguei. Nem sempre era eu quando a porta da rua se abria...nem sempre era eu ao telefone, mas tu entendias porquê.
Até ao dia de ontem, acho que nunca percebeste porque vim para longe, baralhavas-te entre um simples passeio e um trabalho que me obrigava a ficar longe. Mas não, vim por opção, por achar que o resto da minha vida começava deste lado. Eu sei que sempre me perdoaste. Sei disso, porque no amor perdoamos sempre. E tu disseste-me que eu "era o amor da tua vida", mesmo que eu te lembrasse que tinhas mais amores. Hoje, percebo porque o disseste: porque achaste que era verdade. E a verdade, por mais estranha que possa parecer, é sempre a que fica mais perto do coração. E eu disse-te a minha verdade, ao ouvido, antes de te levarem para o buraco escuro do crematório: "Vózitas, gosto muito de ti". Disse-te bem junto à pele gelada, aquele frio diferente de todos os frios e que nunca ninguém esquece. O frio de quem já não está. Ouviste alguma coisa?
Ouviste ou sentiste de todas as vezes que fui ver-te ao quarto, quase hibernada no teu sono e te aconcheguei na cama?
Uma dessas vezes, apanhaste-me a chorar a olhar para ti e de sobressalto me perguntaste "Quem te fez mal?!" e eu disse que estava só cansada. Lembras-te? Menti-te porque não tive tempo de esconder o que ali estava a fazer. E não era nada de especial, era apenas um momento de simples regalo do teu descanso de bebé.
Tinhas os olhos mais bonitos que vi até hoje, mas os mais tristes também. Há 3 anos tinhas uma vida quase autónoma e ver-te a perder capacidades para a merda de uma demência que em vez de levar tudo de uma vez, levava aos poucos, foi a experiência mais ingrata que tive. Estava longe mas tinha a perceção perfeita das falhas que o teu corpo ia tendo. O mesmo corpo que tanto trabalhou desde novo, que não te permitiu sequer ir à escola. O mesmo que cuidou de mim e das minhas primas, o que andava a correr atrás de mim à volta da mesa quando fazia das minhas. O que me preparava o melhor empadão de carne, o melhor bife com batatas fritas e o melhor refresco de sempre.
Nunca vais ler o que aqui está e mesmo que eu te lesse, não ouvirias metade. Não faz mal, sei que sabes tudo isto. Mesmo que para ti, já só restasse ruídos e confusão de datas e caras.
Perceber que tinhas parado em 1982 no dia dos meus anos, tinha tanto de doce como de amargo. Lá está, a data do amor que me falavas. E no amor, todos os dias contam não é?
Há três semanas, perguntei-te "Estou bonita avó? Olha para mim, estou bonita?" e a tua resposta foi "ÉS bonita" e eu percebi aí, que onde quer que fosses ou estivesses, há uma visão que nunca se perde e uma beleza que dura sempre: aquela dos que amamos.

E eu amo-te e vou amar-te sempre**** a tua Nocas Pocas.