domingo, 28 de outubro de 2012

Crente...mas racional.



Até onde pode ir a nossa Fé? Até onde podem ir as divergências de valores, de ideais e princípios?
Cresci num seio católico, de princípios religiosos e fui praticante até ter idade para decidir por mim, se me identificava ou não com o mundo da religião. A minha resposta é sim. Mas um 'sim' apenas referente à Fé. Porque tenho e sempre tive a MINHA FÉ. Não acredito em espaços físicos obrigatórios (como as igrejas)ou discursos automáticos que toda a gente diz em grupo. Gosto de o fazer sozinha ou quando acho que tem de ser. Prefiro praticar esses valores no meu dia a dia, e não me sinto menos católica por isso. Mas respeito e muito. Junto-me a quem gosta de rezar e não sou capaz de interferir nesse momento. Cada um tem o seu momento e eu tenho os meus. Na igreja existem várias contradições que nem eu nem ninguém poderá mudar, de tão enraizadas que estão. ELE, lá em cima, decerto não concordaria com o que os homens cá em baixo fizeram ou continuaram.
Este texto de revolta, que pertence a uma grande amiga que sei que é católica praticante, merece ser lido e reflectido. Sejamos crentes, mas racionais também.

"Caramba! Sou Católica, frequento a Igreja,não por eles,mas por Ele. Sinto me bem na Sua casa,em paz. Preciso de lá ir de vez em quando. Mas há coisas 'nesta Igreja' que me irritam profundamente! Mas que moral têm 'eles' para falar em sermos solidários,em não destruirmos o estado social,dizendo que temos que ajudar os pobres?! Como ainda agora acabo de ouvir mais um dos seus maiores representantes dizer?! Claro que temos! E eu ajudo sempre que me dão um saco à entrada do supermercado! A minha pergunta é 'que moral têm vocês para julgar e criticar,vocês que têm igrejas forradas a ouro,vocês que têm milhões em bens em todo o mundo,vocês cujo representante máximo calça sapatos Prada,vocês que primam sempre pela ostentação?! Quando vos ouço dizer que não têm mais capacidade de ajuda faz me rir! Ridículos e que lata! Tenham vergonha,meus senhores!"

Perante isto...que palavras nos restam?
Obrigada Marta:)

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A Dita...


Há muito tempo que não ouvia uma letra tão real, tão poderosa, tão franca como o ar que todos temos vindo a respirar. Cada frase se encaixa numa ideia ou num medo facilmente lido num qualquer rosto que se passeia na rua...


"A dita rói
A dita mói
A dita dói
E contra a dita a gente grita

No tempo da outra senhora
Só havia p`ró jantar
E agora? Só me apetece chorar!
É o Juro que sobe
Ai meu Deus, quem me acode
Quem me tira do buraco
Quem me livra do contrato
Que assinei p`ra pagar
O que não posso comprar…

No tempo da outra senhora
Todos cantavam o hino
E agora? É tudo a fazer o pino!
A bandeira na janela
Da barraca da favela
Chamada bairro social
Para não soar tão mal
Neste novo português
Onde se "kapam" os quês

A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita
E contra a dita a gente grita

No tempo da outra senhora
Não se podia falar
E agora? É tudo a desconversar
Na TV do momento
Jornal é entretenimento
Concurso? Humilhação
Futebol até mais não
E não perca a novela
Enquanto aperta a fivela

No tempo da outra senhora
Não havia oposição
E agora? Ninguém percebe quem são.
Do que ontem era ideia
P`ra curar desgraça alheia
Hoje só resta a desculpa
E o ónus dessa culpa
Que com tanta parceira
Ainda acaba solteira

A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita
E contra a dita a gente grita

Dizia a outra senhora
“Orgulhosamente sós!”
E agora? Em que Europa estamos nós?
Cotas na agricultura
Défice cravado na cintura
A factura por cobrar
Subsídios que gastámos
Dinheiro que esbanjámos
E que havemos de pagar

A dita dura
A dita dura
E contra a dita a gente grita
E contra a dita a gente grita

A dita rói
A dita mói
A dita dói
E contra a dita a gente grita"


Do seu autor, já falei numa publicação anterior e cá em casa, no carro ou apenas cantarolando na cozinha, este talento está sempre presente.
Não sei quem está desse lado a ler, não sei quantas pessoas partilharão, mas sei que serão várias as mentes que se moldarão ao primeiro acorde que ouvirem.
Quem estiver perto de Santarém, poderá amanhã presenciar uma das melhores vozes portuguesas da actualidade e um cantautor que enche o nosso lado lusitano, de puro orgulho.
Amanhã, pelas 21:30 no Teatro Sá da Bandeira, vai andar por lá uma DITA "Chave" que certamente abrirá na perfeição, todas as portas encostadas.

Para os que não podem ir, façam uma visita a esta página: http://www.rogeriocharraz.com e ouçam.

Tenho a certeza que falaremos a mesma língua e faremos as pazes com o país que nos viu nascer...e que nos vê agora, morrer aos poucos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Upgrade

Vá, em defesa das fãs do penteado Donuts que falei ontem, aqui fica o que consegui encontrar de penteados sinistros. E sim, estes comparados com o de ontem, são uma aberração, o que faz com que a opinião da Cláudia Vieira se entenda. Satisfeitas meninas???
Pronto, já me redimi!




terça-feira, 23 de outubro de 2012

Charadas


Hoje, apesar de ser Terça-Feira (AQUELE dia da semana que eu odeio, mas só um bocadinho) foi um dia que já me proporcionou momentos...vá, como posso dizer...estranhos? Hilariantes? Esquisitos também serve.
Estas são para mim as imagens do dia:



- Uma "espécie de penteado" que a minha querida Cláudia Vieira referencia na página pessoal dela (sim, a menina boazona do Ídolos e aquela que eu sei que vou reencarnar daqui a 10 vidas)como sendo "lindo, não é?". Lindo?!
Aquele ninho redondo no cabelo, em forma de Donuts? Qual o objectivo? LINDO??!Ok, não me caiam em cima, sei que não é nenhuma aberração, mas uma lindeza não é certamente. Ainda bem que gostos não se discutem e só se lamentam.




- Uma obra de arte, numa rotunda de Cascais, que levou algum tempo a ser feita, talvez menos do que o tempo que eu estou a levar a tentar perceber o que fizeram.

Ambas as imagens já me fizeram rir, já me fizeram franzir a sobrancelha e já me levaram a perguntar "O que é isto?!".
Verdadeiras charadas para mim.

sábado, 20 de outubro de 2012

A Chave



São poucos os músicos que,ao longo de todos os anos em que reconheço a música como parte de mim,me levam a um espectáculo sem conhecer uma letra ou acorde sequer (desculpe Rogério, mas fui mesmo "estrear" o disco no Olga Cadaval). Não costumo ir porque gosto de ouvir primeiro, poder cantarolar em massa para poder fazer parte daquele típico momento em que o artista deixa o público cantar e a noite fica mais mágica.
Mas este senhor que aqui vos apresento, tem uma história engraçada: vi e ouvi-o pela primeira vez no dia 7 Março de 2011, na Taverna dos Trovadores, uma casa que adoro. Melhor, amo!Estava com amigos e no primeiríssimo minuto, o meu ouvido ficou ali sintonizado. Achei brilhante e pensei para comigo mesma, "esta voz vai longe"...aquela prestação marcou-me muito,porque quando nos deparámos com um talento nato, a nossa mente estica e não há nada que não fique mais rico.
Nesse mesmo mês, tive a minha despedida de solteira, no mesmo local e....surpresa das surpresas, com Rogério Charraz a actuar. Quem lá estava gostou de ouvir e para mim, foi uma honra. Não sabia que artista era (confesso que só mais tarde percebi como se chamava), o que tinha feito para trás...nada de nada, não sabia nada. E nem me importava, porque sabia que era alguém que fazia por gosto aquilo e passava para este lado a alegria de vivermos do que nos faz feliz.

Muitos meses passaram, muitas vezes voltei à Taverna e nunca mais coincidiu ver esta actuação. Nada foi em vão, porque ouvi pela primeira vez Ana Lains, que também recomendo vivamente!

18 meses depois, começo a ver notícias (viva as Redes Sociais) daquilo que sempre tive a certeza que iria acontecer: uma carreira a ser reconhecida e em ascensão. Tão bom saber que isso acontece a quem nos proporciona momentos destes. Sempre que ouço, tenho a possibilidade de sonhar e voltar a sonhar. De me reinventar, infinitas vezes!

Ontem foi um dia brilhante, uma sala acolhedora e cheia, um espectáculo fabuloso. Não consigo pôr aqui as palavras certas...a música emociona e confesso que numa música ou noutra, a lagrimita caiu. No final, os "eternos noivos" lá foram felicitar o artista e dizer que valeu tanto, tanto a pena! Ironia do destino, acabei por ouvir também uma música para a minha cidade, o Porto, onde na mesma noite actuava Rui Veloso, esse grande senhor :)))
Ouçam este trabalho, talvez sejam tão felizes como eu e Pedro fomos ao ouvi-lo.

Será certamente, A CHAVE de um longo e brilhante percurso.
Um bem haja Rogério Charraz :)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A graça de ser de graça :)


Aquele momento matinal, quando já só falta pentear e olhar ao espelho antes de sair de casa, é dos momentos mais cheios de tudo para mim. Cheios de silêncios, de longos segundos. Cruzamos o olhar com os nossos próprios olhos, naquele reflexo que nada tem de novo. Mas é aí, precisamente no meio do nada, que me lembro de coisas que acho que já ninguém se lembra.
Hoje por exemplo, sorri enquanto via a imagem do momento em que o meu pai me ensinou a andar de bicicleta (sem rodinhas, uma coisa de "profissional" e muito à frente para mim, na altura). Faltava sacudir o cabelo e dar um último jeito com o pente, quando me lembrei de quando ia freneticamente ao correio, nos meus 15 anos, ver se tinha cartas das amigas. Cartas, escritas à mão. À mão!!! Coisa rara agora...e eu recebia tantas. Era a loucura! A mesma altura em que esperava religiosamente pela segunda feira, para comprar a revista pop da altura, a Super Jovem acho.
Porque me lembro disto tudo quando ainda estou ensonada e me preparo para me meter no trânsito? Não sei. Acontece e pronto. Assim como me lembro de pessoas das quais não sei há meses e parece que as ouço falar ao ouvido. As mesmas que nunca acreditariam que penso tanto nelas. Quando guardo tudo na gaveta e apago a luz, respiro sempre fundo em forma de suspiro, como se dialogasse numa conversa de uma só personagem.
Enfio-me no trânsito, no pára-arranca e no caminho de sempre...aquele que nos permite olhar para o infinito e ter a tal sensação que o carro anda sozinho, de tão automáticos que estamos. Aí vem uma sequência de 'post its' mentais, de coisas que me esqueci, outras que tenho de fazer e outras ainda que tenho de lembrar para serem feitas.
Telefonemas que não foram feitos, mensagens que ainda não respondi, saudades de situações que ainda nem aconteceram e sugestões que pretendo seguir.

Acima de tudo, momentos que ainda não se pagam e que só nós podemos gerir. Uma preciosidade, portanto.
Porque as melhores coisas da vida, são de graça. Ainda.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O mundo é um lugar engraçado...


Para começar a semana, duas imagens marcantes, que testam os limites que se escondem no nosso corpo e a criatividade da mente:




o que se pode fazer com uma caixa de pregos...Amaaaazing :)

sábado, 13 de outubro de 2012

O TAL dia :)


Há 28 anos atrás, não sabia o que era um comando ou um botão de televisão. Não sabia que não existiria só a RTP, nem sabia que a publicidade poderia ser demasiado longa quando estamos vidrados nalgum programa. Sabia apenas que quando aparecia o genérico com a pradaria, uma árvore simpática e uns pássaros a cantar, TU aparecerias de diferentes formas para me fazer rir e comer a sopa. Era o momento em que os meus olhos paravam e a minha mãe respirava de alívio por eu não refilar com a comida.
Chamavam-lhe de "Tal Canal", mas eu chamava de meu programa. Não haviam minutos mais preciosos para mim....segundo a minha mãe, eu nem falava ainda e naquela sala já só exigia silêncio.
A tua carreira prosseguiu, com muitos altos e demasiados baixos...que aos meus olhos não mudaram em nada aquilo que eu achava e ainda acho de ti. Sei que brincaste com a Igreja e com a política, e isso eu própria respeito, embora também não concorde com muita coisa e me ria com algumas coisas ditas por ti.
Dizem que estás ultrapassado, que o teu tempo "já era", mas será verdade? Será que o teu tempo não se tornou infinito, para quem considera que rir, seja do que for,ainda é o melhor remédio?
Será que se esquecem de quem tu lançaste e ensinaste (Maria Rueff, Gato Fedorento...)?

Ontem cumpri um sonho de criança. Sonho mesmo, daquelas à séria, com direito a mãos geladas, olhos esbugalhados e algumas lágrimas quando cheguei ao carro. Pude conhecer e dar os parabéns à única personalidade que o meu mundo conheceu como uma espécie de "Ídolo". Tirámos a foto da praxe claro...e eu pude dizer olhos nos olhos, aquilo que vos disse agora. Quero dizer, quase tudo.
Metade das palavras perderam-se entre a cabeça e o coração de uma criança que toda a vida quis isso: agradecer a uma das pessoas que me ensinou que o humor é o curativo mais rápido e mais eficaz dos golpes amargos do dia a dia.

Obrigada por isso, por tanto e por tudo aquilo que eu sei que ainda vou aprender. Bem hajas Herman José :)
Ontem foi o TAL dia, de um canal que nunca mais se desligará em mim.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

"Não podemos ser alguém lá fora, se dentro de nós não há ninguém..."


"Não podemos ser alguém lá fora, se dentro de nós não há ninguém..." - dito por uma amiga, Ana Carina Vilares que melhor que ninguém sabe ver o que há para além de nós próprios.
Tanta e tanta gente que se preocupa de forma leviana em atingir metas ambiciosas e a corresponder a expectativas que nem sempre são lançadas por nós, ao invés de perceberem como podem desfazer engulhos como a falta de coragem, lealdade e respeito por si mesmos. Não faz mal sonhar em ser alguém, menos mal faz em pensar no futuro e na linha que queremos seguir. Se antes tivermos tido a coragem de olhar para dentro e saber quem mora em nós.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Ah pois é!


Bela dica para quem gosta de fotografia e morre de vontade de fazer desaparecer os garfos antigos da avó ou da tia de França.

E parece tão fácil de fazer...dá mesmo vontade de dizer "ah pois é...! Tãaao fácil!!!"

:))

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Suspiros


Estou a tentar perceber se existe algum ângulo em que este rapazito possa ficar mal. Tarefa difícil, eu sei. Oh se sei!
Admiro-o desde muito nova e é para mim, o homem português mais bonito, simpático e tudo mais.

Uma vez, a caminho da IC19, numa das imensas filas intermináveis, vi que no Smart branco ao meu lado, estava ELE. Precisamente ELE! E não é que me senti invadida por uma espécie de sintomas de meninas bem adolescentes, naquela fase " eu-juro-que-não-vou-gritar-nem-ficar-parada-a-olhar-mas-na realidade-vou-olhar-só-mais-um-bocadinho".
Entre tentar olhar e não bater no carro da frente, ainda liguei à minha prima, à minha mãe e atendi uma chamada do meu marido,a quem contei a feliz novidade.
Se eles não me conhecessem bem, teriam aberto uma inscrição nova no Júlio de Matos.

Na verdade, ainda hoje sei a matrícula, ou parte dela...IR dizia lá, e eu quase que "ía"!

Palavras Amachucadas


Há muitas palavras estranhas, que entoam cá dentro de forma áspera e que apetece amachucar, como se fossem papel.

Hoje ouvi algumas que me causam azia e que por mim desapareciam do mapa: não há pachorra para "Retrete", "Pexibeque", "Biscate", "Quermesse" ou "Sovaco".

Tenham dó...

sábado, 6 de outubro de 2012

Afinidades


Há lá coisa melhor do que percebermos numa simples conversa, que não somos a única pessoa a beber água num jantar de amigos?
E percebermos que o chantilly não é assim tão bom ou cometer o luxo de nunca beber vinho ou sangria? Giro mesmo é encontrar outro "terrestre" como eu, sem me sentir extraterrestre.
Lembro-me bem de ter causado expressões estranhas e um silêncio repentino, quando numa barraquinha da Queima das Fitas, pedi uma Fanta e não uma Imperial. Teria sido óptimo se mais alguém tivesse pedido, mas ali era impossível esse tipo de afinidade. Mais facilmente encontraria alguém que usasse sabão azul igual ao da minha avó, do que uma pessoa que não gostasse de álcool.
Ainda sou do tempo em que os gostos não se discutiam!
Mas meninas, do rótulo de "certinhas" ou "fraquinhas" já ninguém nos safa...

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Cómico...mas verdadeiro.


Foi assim que hoje, dia 5 de Outubro, comemoraram a Implantação da República - com uma bandeira virada ao contrário.

E desta vez, o Governo não mentiu. O país está mesmo virado do avesso...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Quando puderem,sim?!


Tirem-nos os subsídios, feriados e afins. Aumentem tudo, diminuam a esperança. Levem o nosso esforço e as horas perdidas no trânsito. Tirem-nos o riso, o sorriso e os olhos brilhantes. Tirem-nos o chão, o céu e quatro paredes. Mas só quatro. Tirem-nos as estradas, o cheiro a mar, o reflexo no espelho.
Levem a coragem, as lágrimas e o sangue que ainda temos.

E quando puderem, olhem para trás e devolvam-nos Portugal.