quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

E bibó luxo!!!

No outro dia, enquanto jantava, vi uma reportagem sobre reclusas em Portugal e claro está, sobre a prisão de Tires.
E quase deixei a comida gelar na minha boca, tal foi o tempo que fiquei de boca aberta. As reclusas falavam na cela e descreviam o seu dia a dia na prisão, entre desabafos de saudades e o "se-soubesse-o-que-sei-hoje-ou-se-voltasse-atrás-não-faria-isto", diziam que iam à escola, aprendiam croché e a bordar e trinta por uma linha. Como se aquilo fosse a Universidade Sénior...
e a CELA? A cela estava mais acolhedora e melhor decorada do que o meu quarto...cortinados a condizer com tapete, prateleira com livros, almofadas a fazer pandan com a colcha, etc etc

Ou seja, nada contra a reabilitação VS castigo/condenação. Mas fazer de uma prisão uma colónia de férias, chocou-me. Traficaram, mataram pessoas, assaltaram. Cada uma com o seu crime.
Chocou-me pensar que há Sem abrigos por aí a não cometerem crimes, mas se calhar até deviam para ter comida e roupa lavada.
Chocou-me porque passa-se a mão pelo pêlo e dá-se uma palmadinha nas costas. Faz pensar que o crime compensa...

Fica aqui uma imagem, da diferença de celas aqui e no estrangeiro.
Não sou pelo exagero e pela violência dura nas penas ou sentenças, mas haja bom senso.
É uma prisão gente. Não o Inatel.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

E usarem o Tico e o Teco, não?!

No 1.ano de Faculdade, fui Anti-Praxe.
Quando mudei de curso e Faculdade, fui Caloira do Ano porque rir e ser feliz era regra. Abomino gritos e faltas de respeito, pessoas que confundem integração com humilhação. Apesar de achar que todos esses Duxes e afins deveriam enfiar a colher de pau num sítio que todos sabemos ou até mesmo partirem as fuças num muro de cimento...não deveriam os ditos novatos ter juízo e pensar pela própria cabecinha?! Alguém os ilumine, por favor.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A ROSA mais CLARA do céu.

Sempre tive e ainda tenho um medo terrível da morte. Não me venham com as teorias que o "pior é estar cá em baixo", que "não têm medo de morrer, quando tiver de ser será" porque quando há algum susto ou possibilidade de irmos desta para melhor, todos se borram de medo. Para mim também já não funciona a parte do "desde que não sofra ou seja rápido"...a sério que ainda há gente que acredita que em alguns casos não há nem um minuto de agonia ou despedida interior? Que a morte aparece simplesmente fofinha e com pezinhos de lã? A sério que ainda há pessoas que acreditam que se deixa este plano serenamente, aceitando simplesmente que "chegou a hora" e que temos de abandonar todos cá em baixo? É uma luta sem tréguas,sempre agridoce.
A semana passada, perdi uma prima bastante jovem e com dois filhos. A Andreia estava longe, no Brasil, onde nasceu e cresceu, e foi apenas durante um período que esteve em Portugal que a conheci. Fora esse tempo, nunca convivi com ela mas a imagem está ainda bem presente em mim. Foi de cancro e com um sofrimento atroz. Deixa uma irmã desolada, um marido obrigatoriamente conformado, uns filhos que só daqui a uns anos entenderão tudo e um pai cuja dor nem quero imaginar. Perder um filho deve ser algo visceral. Nem sequer tem nome, já repararam? Quem perde mãe, fica órfão/ quem perde esposa, fica viúvo...e quem perde filho, chama-se como? Não se chama. Não existe palavra. Não existe sentido.

Ontem soube de mais uma perda. Não era da minha família, mas era do meu coração :) chamava-se Rosa Clara e foi das poucas pessoas que eu senti, até hoje, que realmente gostou de mim. E isso marcou-me para toda a vida. Os nossos caminhos cruzaram-se por uma relação longa que tive com o filho, que passados os desaguisados normais de miúdos que namoraram um dia, ainda hoje faz parte do meu leque de amizades, mesmo que o contacto seja pouco. Toda a família na altura fez parte de mim e eu fiz parte deles. Como adultos sensatos que todos somos, tudo terminou em bem e há um carinho mútuo, ainda que bem guardado numa gaveta própria da minha memória.
Mas com a "Dona Rosa" como eu a chamava, havia muito mais que isso. Havia um respeito, uma admiração pelo sorriso de cada uma.
Devo-lhe muito de tudo o que consegui para terminar o meu curso (para além dos meus pais, claro). Era Modista/Costureira e fez de tudo o que possam imaginar, de tecido, para o meu estágio final, onde dei tudo de mim. E ela, a meu pedido, queimou muito tempo e muitas pestanas a coser e a cortar para uns miúdos que nunca foram meus nem dela. E com essa dedicação, tinha sempre os meus Projectos de Sala impecáveis, elogiados por todos. E quando eu agradecia e lhe contava o sucesso que as peças dela tinham, ficava tão vaidosa e tão orgulhosa...sacudia o cabelo para trás do ombro e comentava "Ah sim...?".
Recordo-me de como me recebia bem, do pânico que tinha a andar de carro com o filho e comigo, do tratamento ás pernas que tantas vezes acompanhei, de ter aprendido o que era ser "rapioqueira" (algo que contava ter sido na juventude, com os cabelos loiros registados nas fotografias que tinha)e da gargalhada dela.
Nunca mais a vi, já lá vão 12 anos, embora soubesse que ela sempre esperou uma visita minha. Não quis porque os nossos caminhos tinham mudado, para poupar algum constrangimento, e acima de tudo, para evitar alguma emoção forte que pudesse ter.
Ironicamente, foi o coração que a traiu...o que ela tinha de maior e mais genuíno. Aquele onde sei que eu também estava.
Ganhou o céu, perdemos nós e toda a família dela, cuja dor deve ser incontornável.
Onde quer que ela esteja, está certamente vaidosa por estas palavras. É, nesta altura, a rosa mais clara do céu.

Por isto e muito mais, não me digam que a morte não mete medo a ninguém. Que é só uma viagem, que tem de ser e temos de aceitar. Não se ponham com merdas, como se algo bom se tirasse daí e como se fosse um pesadelo viver para sempre. Há em todos nós, uma milésima de esperança que sejamos um dos últimos habitantes deste jogo. Que demore e demore, e demore. Ninguém é totalmente humano para aceitar calmamente enforcar o próprio coração.
Quem nunca teve pena de perder uma Andreia ou uma Rosa na vida?
Quem já nasceu morto, certamente.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

É sempre tão bom ler o que ele tem para dizer.

"Só um Mundo de Amor pode Durar a Vida Inteira"


Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixonade verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há,estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.


Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Expresso'

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Alto e pára o baile!

Quem me conhece, sabe que não sou de modas. Se não gosto, não gosto mesmo. Se gosto, amo até ao fim!
Aprecio o meu presente, anseio e faço planos para o futuro mas é muito no passado que ainda vou buscar bocadinhos quentes de felicidade. Ou um cheiro, ou um prato, um filme, uma música.
No outro dia, andava eu a ver os espetáculos que andam aí em cena e os que virão...e deparo-me com esta preciosidade:


ALTO E PÁRA O BAILEEEEE!
Os Backstreet Boys aqueles rapazinhos todos jeitosos, que faziam videoclips de camisas molhadas, à chuva, com lábios a fazer beicinho "sexy", vêm cá???
Os que tem as músicas que eu ainda sei de cor? Os que me fizeram colar à MTV e ao VH1 nos seus primórdios?
Fiquei para morrer...não sabia se caía da cadeira, se abria mais os olhos, se puxava cabelos, se gritava ou se levantava os braços.
Sabia só que tinha de ir, nem que fosse sozinha.
Quero lá saber se foi na minha adolescência, se é coisa de putos ou não. Se já passou ou não. Não estou nem aí!!!
Preguei-me com rezas e mezinhas caseiras junto da minha santa preferida, a N.S.D.A. (Nossa Senhora Dos Aflitos)para que não estivesse esgotado.
E eis que...


As 14 anos já os ouvia, aos 16 sabia as letras de cor, aos 18 arriscava-me a algumas coreografias, suspirava pelo Kevin e via o Guinness Book considerá-los a maior boysband de todos os tempos. Aos 31, vou vê-los ao vivo, tentar não arrancar cabelos e voltar atrás no tempo.
Campo Pequeno, aqui vamos nós!!!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

sábado, 18 de janeiro de 2014

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Girls's Stuff #9

Hoje deu-me para isto, não sou nem nunca fui vaidosa mas hoje estou que nem posso com a minha própria chiqueza!
Acordei a sentir-me assim...poderosa!!! Acham normal?!


domingo, 12 de janeiro de 2014

Aquele momento...

...em que nos arranjam um programa à última da hora, sem hipótese de recusar porque nem dá para argumentar.
Pois bem, hoje foi dia de Benfica-Porto e não foi um Benfica-Porto qualquer. Estádio cheio, homenagem a Eusébio e a disputa do primeiro lugar do campeonato. Tudo muito propício a confusão e que até hoje, me tinha sempre feito uma adepta de sofá, que nem minha cidade Invicta me aventurava a ir.
Mesmo sendo portista e tendo um odiozinho de estimação pelos Lampiões, nada me faria ir, a não ser o benfiquista cá de casa.
1 hora antes do jogo avisa-me que tem um bilhete a mais de quem já não podia ir e pimbas, era a minha vez. "Eu? para o meio da confusão e dos benfiquistas todos? Nem pensar" "Vá, tens de vir, só faltas tu, despacha-te!".
E lá foi a doida da Vânia, pela bela da IC19 e a chover torrencialmente. Fui a insultar tudo e todos, a resmungar por tudo e por nada, mas lá cheguei ao destino.


E eu só pensava para os meus botões:

"Depois de ser arrastada para aqui em cima da hora, de andar imenso sob lama, ter de deixar guarda chuva lá fora quando chove a potes, entrar debaixo de um manto gigante do Eusébio, sentar-me quase ao lado dos No Name e ficar num banco que em 5 minutos me pôs o cú molhado...concluo que para além de gostar do meu marido, tenho um amor infinito ao meu clube. Ainda falta uma hora e meia de chuva no pêlo, por isso ai do FCP que não ganhe isto. Força meu Pooooorto!!!!"

Escusado será dizer que não valeu de nada. Caladinha que nem um rato ali no meio para sair viva dali, com um sacrifício imenso quando gritavam SLB no meu ouvido e lá levaram a vitória. Acho que dei azar e dos grandes!
Ouvia-se a toda a volta "E quem não salta é tripeiro,oléee" - pois que sou tripeiríssima e nem me mexi.
No segundo golo do Benfica, a senhora da frente era tal a emoção que me quis abraçar...depois de ver bem a minha cara de poucos amigos, desistiu.
Mas acho bem, há que viver livremente as emoções e eu se pudesse teria feito igual. A não ser que esteja em lugar apropriado para isso, não irei mais para nenhum lugar onde me sinta constrangida a fazê-lo...é cá uma frustração :/
Como ir a um concerto e não mexer nenhum ossinho. Uma tristeza, portanto.

PS- Mil desculpas pela minha ausência, vou tentar recuperar esse tempo durante a semana.
Beijinhos****

domingo, 5 de janeiro de 2014

Uma questão de talento.

E hoje ao ler isto, percebo que aos 31 anos sou uma pessoa talentosa.
E não, o Eusébio não morreu. Porque até para isso tenho solução: a minha memória :)

sábado, 4 de janeiro de 2014

Está resolvido!!!!

Com a ventania que está lá fora, os homens do lixo escusam de aparecer...a esta hora Lisboa deve estar limpinha, os sacos já vão longe!!!
E assim o António Costa safou-se do problema da greve dos lixeiros, Alverca deve ter apanhado com tudo.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

The Butler

Poderia lançar a piada de sempre de que "não venho cá desde o ano passado", mas só me ocorre partilhar o que mais me marcou no primeiro dia de 2014.
Esperei pelo 1º dia do ano para ver este filme que, curiosamente, foi o melhor dos últimos 12 meses. Com tudo aquilo que me revolta, os conflitos raciais e discriminação pura, a humilhação pela cor da pele e o tardio reconhecimento.
E colocar Rodrigo Leão na banda sonora, é só um golpe baixo para quem não quer chorar. Fi-lo durante todo o filme...

The Butler - O Mordomo


O filme conta a história verídica de Cecil Gaines (baseado na vida de Eugene Allen), um afro-americano, que consegue trabalho na Casa Branca e ascende ao lugar de mordomo, posição em que acompanha os mandatos de vários presidentes dos EUA, entre 1952 e 1986.
A emoção está precisamente nos acontecimentos da época...na discriminação pura e dura, dos conflitos raciais que colocavam os negros em escolas aparte e dividiam os cafés e restaurante em zonas "de cor" para não se misturarem. Como se fossem bichos.
A época triste dos Ku Klux Klan (organização racista) e todas as vitimas que fizeram.
O malogrado Martin Luther King e os seus ideais...enfim, tudo está divinamente espelhado neste filme carregadinho de estrelas como Oprah Winfrey, Mariah Carey, Lenny Kravitz, Cuba Gooding Jr e claro, Forest Whitaker.


Esta é a forma que tenho de vos passar aquilo que mais defendo: a justiça, humildade e igualdade.
E até o Obama chorou na estreia...
Vejam porque marca. Mói. Mas fica :)
Bom fim de semana****