quarta-feira, 26 de junho de 2013

Jantar

Já repararam na infinita panóplia de feitios e personalidades que nos rodeiam?
Pessoas e mais pessoas. As calmas, as histéricas, as panhonhas, as cromas, as sabichonas, as ingénuas, as teimosas,as genuínas, as serenas, as parvas, as boas, as menos boas, as vaidosas, as tímidas, as arrogantes. Uma lista que nunca mais acaba.
Eu já fiz parte dessa lista em diferentes categorias e conservo muitas delas.

Recentemente fui ingénua, parva e croma. E este texto é para deixar de ser panhonha e rodar a baiana.
Há uns tempos dei a ideia de um jantar de bloggers. Algo que me deu na tola e me apeteceu, simples e pronto.
Não foi para a frente, compreendi e percebi que possivelmente, não era a "onda" de muita gente que, e muito bem, preferem o anonimato. Até aí tudo certo!
Pensei para comigo "Vânia Filipa, deixa-te disso, não vai dar e pronto" e virei a página.
Vários temas depois, meses depois, continuam a perguntar-me "Então e o jantar? Temos de combinar!" e eu calmamente respondi: "Não vou voltar a falar em nada, já fiz a minha parte" e assim foi.
Tanto me melgaram que eu ponderei e voltei a sugerir e tentar organizar algo.
Até fiz aquele papel de boazinha que não se importa de fazer em dois sítios diferentes, toda fofinha e tal.
Nada. Nickles. Rien de rien. As pessoas que me tentaram convencer a dar a "cara" por um jantar que obviamente não iria sair, mantiveram-se em silêncio. Nem ai nem ui. Nem "Desculpa, não vou poder" ou "Não me apetece!". Nadinha. Bonito de se fazer.
Outras acharam interessante mas continuaram no meio da ponte.
Outras ainda, falaram e discutiram o assunto noutros blogues que partilharam o link e vir aqui ou mandar email, nada. Nickles Batatóides!

Isto tudo para fazer um upgrade da situação: não há jantar/almoço/lanche/café/gelado/ nenhum. Por mim, não haverá, venha o papa ou o presidente. Quem quiser, que organize, faça e compre um banquinho para se sentar à espera de respostas, sejam elas quais forem. Aqui na Sala o sofá é bom e foi onde eu fiquei.
Todos temos vidas e quotidianos diferentes, claro. Ninguém tem de gostar ou de seguir a mesma linha. E ainda bem que cada um é diferente, acho bom sinal. Mas não me peçam para fazer coisas e depois põem-se na alheta e não se ouve mais os meninos.

Obrigada a quem me enviou email, poucos mas bons. Obrigada a quem partilhou. Obrigada a quem disse alguma coisa, seja o que for.
Por essas pessoas, tudo fez sentido :)
Aos outros que assobiam para o lado, assobiem mais alto. Porque do lugar onde estou, já nem vos ouço.





segunda-feira, 24 de junho de 2013

24

Sempre gostei deste número.
O número deste blogue, que faz 1 ano daqui a um mês. O número de muitas pessoas importantes para mim.
O número do meu São João.
Possivelmente o mesmo número de vezes que embarquei naquele mar de gente, com amigos e com muita perna para andar.
O cheiro dos churrascos no ar, o sol quente, o céu cheio de candeeiros a voar e que afinal são só balões.
As músicas dos bailaricos, ao longe.
Os comboios de grupos de amigos a descerem a Avenida. Os chatos dos alhos porros.
As marteladas que aparecem sem contar. As levezinhas. As que doem, quando são as crianças a dar e cismam que é mais giro acertar com o cabo.
Os sumos. As cervejas. As filas aos balcões só por uma garrafa fresca.
Os encontrões. Os apertões e os "encolhe mais" para as ambulâncias passarem.
A RTP que está sempre lá no meio.
O fogo de artifício. Meu Deus, o fogo!!! Os olhos que não piscam, o corpo que nem se mexe de tão apertado no meio da multidão.
E as primeiras cores no céu. Quase 20 minutos sagrados.
O regresso à festa.
O andar sem destino. As barracas de cachorros quentes. As bifanas.
E a praia bem lá no fundo. Com ou sem fogueira.
Ninguém se conhece e toda a gente se fala.

Foi isto que perdi ontem. E senti tanta, tanta falta...

terça-feira, 18 de junho de 2013

domingo, 16 de junho de 2013

Porque será...

...que o tema casamento, tem sempre tanto que se lhe diga?
Hoje de tarde, esse tema veio à baila, onde uma das pessoas mantém o desejo forte de se casar e a outra...nem por isso. Sim, a que quer mesmo é a mulher e o homem é o outro lado da história. Previsível, eu sei. E quando algo não é assim tão previsível, é extremamente mais romântico.
Naquela conversa em família, que começou com uma brincadeira, já todos brincavam com a possibilidade de algo espontâneo vir a acontecer, perante um grupo que defendia os interesses da "possível" noiva tentando convencer o namorado e apresentando vários argumentos, e perante um grupo que se mantinha em silêncio ou à parte.
Falo por mim que sou mulher e carrego comigo o cromossoma do romance: claro que sonhei casar-me em grande, com uma festa gigante e com toda a gente que eu bem entendesse. Tive essa meta desde miúda. Cheguei inclusivé a proferir a seguinte frase "Se eu não puder ter o casamento que quero, prefiro não casar".
E meus caros, pela boca morre o peixe...Não aprendi só com este exemplo (foram vários ao longo do tempo) mas percebi que quase nunca temos a vida que planeamos e muitas vezes, por opção nossa. Por uma mudança de opinião, por um olhar diferente sob o mundo.

Sou casada sim, e o dia em questão, nada teve a ver com esses sonhos. Foi perfeito para as medidas que tinha, pequeno e muito simples. Demasiado, até.
Os sonhos de miúda foram-se dissipando e moldando-se à realidade em questão.
Confesso que já não pensava casar (apoiando-me na teoria anterior), estava já convencidíssima que só eu acalentava esse desejo escondido. Eis que de repente, surge um pedido fulminante e quase dois meses depois, estávamos oficialmente ligados.
As voltas que a vida dá...

Aprendi que o que dá beleza ás coisas é a união, o pensar na mesma direcção. Aprendi que se só um lado pensa de certa forma, a magia fica quebrada desde o primeiro segundo. Qual o romantismo que se encontra numa cerimónia em que um quer muito e outro quis porque foi convencido? Deveria ser uma vontade natural. Isso sim, faz o casamento! Os dois quererem e não um e meio.

Eu, casada, me confesso: há ainda uma parte de mim, mulher e menina, que ainda pensa na grande festa. Há ainda uma parte de mim, que deseja ardentemente, que um dia eu seja a noiva que sonhei em miúda. Mesmo que eu hoje veja tudo de uma outra maneira. Confesso que ainda choro nos filmes que retratam casamentos épicos. E em casamentos de amigos, digo-lhe sempre "Bem que podíamos ter feito assim!".
Mas esta foi a forma mais serena e mais equilibrada, para os dois. Não para toda a gente e eu entendo, mas para nós personagens principais FOI.
E espremendo bem a laranja, isso foi o mais importante. Houve amor para isso e mais nada interessa.

À minha querida S. que quer tanto casar, espero que não páre de sonhar, mas espero acima de tudo, que percebas que o que ganha realmente valor, é a vontade dos dois. Só um a querer, acaba com metade da magia. Se pensarmos que não somos todos iguais, não deveríamos ter a nobreza de espírito para perceber que a nossa vontade não se pode sobrepôr ás outras vontades? Há que entender o outro...se existe amor, não é preciso mais nada. O amor sobrepõe-se a papéis e este pensamento é, acredita, mais comum do que aquilo que pensamos. Ter a pessoa ao nosso lado, partilhar momentos de toda uma vida, é por si só, um casamento sem o ser. E olha que eu entendo-te tão bem!
Ao M. que diz que sim ao casamento, mas não para já....que foge do compromisso a sete pés, já pensaste que o amor que sentes é hoje, é agora e não para depois?
Já pensaste que se há amor, poderia haver ainda mais se fechasses os olhos e entrasses nos sonhos de menina de quem quer casar contigo? Acredita em mim, que sou mulher: seria, sem sombra de dúvida, o teu maior gesto de amor.
Decidam o que decidirem, o amor, se existir, resistirá. Ele tem imensas formas!


Com amor,
Vânia


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Jantar de Bloggers (again)

Há uns tempos atrás, escrevi um post sobre a vontade que eu tinha em organizar um jantar de bloggers. Se existem jantares de final de curso, de Natal, de empresas, de despedidas, de boas vindas e não sei mais o quê, porque não fazer algo deste género?
Não é por querer saber quem são, nada disso...aliás, por entre linhas da Blogosfera, conhêce-vos melhor (alguns, claro) que muita gente que convive comigo.
A ideia é proporcionar a todos, um convívio diferente, agradável, sem mais nada em troca.


Da primeira vez que falei nisto, deixei o meu email para quem se quisesse inscrever.
Felicitaram a ideia, disseram aqui na Sala, que seria bastante engraçado.
Sabem quantos emails recebi? Um.
Dos que não podiam ou não queriam, só duas pessoas se manifestaram. Os outros só opinaram.
Na altura, prometi que nunca mais falaria em nada nem teria iniciativa nenhuma, visto ser algo que incomodava muita gente.

Entretanto, têm-me pedido que volte a falar no assunto e por respeito a essas pessoas, aqui estou. Na altura, até coloquei a hipótese de ter uma componente solidária, mas isso inibiu ainda mais as pessoas e jantar fora já não é fácil para todos, nos tempos que correm.
Por isso, a ideia é tão simples quanto isto: jantar :)

Como há aqui leitores do Norte e do Sul, a minha sugestão divide-se em dois dias:

1) Dia 6 Julho, em Lisboa (local a designar)
2) Dia 22 Junho, no Porto (local a designar)

Fico à espera de participantes!
Enviem o email para vaniafilipasilva@hotmail.com, dizendo em qual dos dias se inserem.

E esta sim, será a última vez que sugiro algo do género. Quem quiser aproveitar a boleia e ter um serão diferente e divertido, força!
Para quem não quiser, tudo bem na mesma!!!
Beijinhos e boa Sexta :)

terça-feira, 11 de junho de 2013

Refrão

Sempre gostei de música. Dançar então...nem se fala!
Mas música é essencial para mim, costumo até dizer que não consigo conduzir sem ouvir um ou outro ritmo.
Rádio ou Cd, alguma coisa tem de tocar :)
Não consigo dizer-vos qual a minha música preferida, apenas as que nos marcam e as que associo a episódios da vida.
Há algumas que parecem escritas para nós, baseadas em nós, dedicadas a nós.

E quantas vezes, resumem tudo o que vai cá dentro?

segunda-feira, 10 de junho de 2013

É "benhe"!

Ora diz que foi por estas bandas que andei nos últimos dias,




Hotel Golf Mar - Vimeiro


Há seis anos consecutivos que venho para aqui, no âmbito de um convívio nacional da empresa onde trabalha o maridão.
Digamos que são 12 andares, todos ocupados por esta malta toda :)
É um fim de semana de actividades, radicais e não só e que serve acima de tudo, para sair da rotina.
Já fiz rappel, escalada, andei de Segway, fiz workshop de Teatro, aulas de Zumba, Salsa, Jogo de Pistas, Mini-Golfe etc etc etc...

Este ano, estreei-me a andar de Buggy, no lugar do pendura. Percurso pequeno e pouca velocidade, mas gritei o tempo tempo.
É benhe!

domingo, 9 de junho de 2013

Horas de aperto

Aquele momento em que estás a usufruir de um merecido descanso no Hotel e a meio de uma actividade desportiva no exterior, te dá uma súbita vontade de ir à casa de banho.
Aquele ainda mais delicioso momento em que te lembras que o quarto fica no 10º andar, te metes no elevador que pára em todos os outros pisos e pensas que algo vai sair de ti.
Por fim, o mais nobre dos momentos quando fazes um sprint até ao quarto, tentas abrir a porta com o cartão e não abre. Tentas novamente e nada. Torces as pernas para apertar um pouco mais e nada.
O telemóvel tinha desmagnetizado o cartão e toca de voltar ao piso zero, para buscar um novo.



Acabou de me acontecer e só me apetecia partir a boca a alguém.

sábado, 8 de junho de 2013

Foleirice aguda mas não me aguento!

Vá, podem começar com os elogios simpáticos. Já sei que sou bimba, parola, foleira e mais o "raiquiparta" mas esta música não me sai da cabeça.
É viciante e todos os meus ossinhos abanam.
Caso clínico este. É mais forte do que eu.


Ai,ai! Ai ai ai ai

Essa mina tá me olhando
Acho que tá dando mole
Ela tá me provocando já faz tempo
Isso não vai prestar,
Não vai

Ela é maravilhosa , tem um sorriso maroto
O que será que ela tá querendo?
Vou chamar pra dançar,

Vem cá mulher,
Vem cá,dançar,
Comigo agarradinho, vem cá que você vai gostar!
Ah, vai! Isso, assim, vem pra mim
Que delicia, tá gostoso demais
Isso não vai prestar
Beija minha boca

Ai, ai! Ai ai ai ai! Assim você mata o papai
Ai, ai! Ai ai! Que boca gostosa eu quero mais
Ai, ai! Ai ai ai ai! Assim você mata o papai
Ai, ai! Ai ai! Você tá cheirosa demais
(BIS)


Sorriso Maroto - "Assim você mata o papai"

A letra é sinistra, eu sei. Roça o abominável mau gosto mas o ritmo escorrega melhor que uma embalagem de Filipinos brancos.



Bom resto de Sábado!!!

É assim a vida...

Hoje dei de caras com esta capa de revista, e sobre isto, só lamento não ser a menina ali atrás com a pernoca alçada.



Ui tantos suspiros...
Mas como não sou loira, não tenho aquele pernão nem aquelas mamas, mais vale esquecer o assunto e pensar que um dia, na melhor das hipóteses, passo ao lado do "hot Jesus" (como já me aconteceu na estrada, parada no trânsito e me apercebi que o carro do lado era ELE. Morri nesse instante!) e aí talvez ele repare aqui na tosca, nem que seja por eu tropeçar e me estatelar no chão.
Ai ai...
É assim a Vida!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Ao Rodrigo e a todos os Rodrigos

Nunca conheci o Rodrigo.
Soube desta história nas redes sociais e fui seguindo e afeiçoando-me passo a passo à luta que estas crianças e a família passam.
Nunca comentei nenhuma publicação sobre o Rodrigo, não pude ajudar, mas torci sempre em silêncio para que não acontecesse o pior.



Rodrigo tinha três anos e precisava de uma cura alternativa para a leucemia.
No entanto, essa cura nunca apareceu e Rodrigo morreu, esta quarta-feira, no IPO.
E aquela mãe meu Deus, aquela mãe...não deve existir dor maior no mundo.
E pensar que aquela mãe já tinha perdido o marido (pai do Rodrigo) num acidente de viação quando estava gravida dele.
Já chorei e ainda estou a tentar não chorar mais. Como ele, já muitos sucumbiram à doença...mas desta vez, tocou-me de uma maneira diferente.
Aqui na Sala, vamos torcer muito para que do outro lado seja bem melhor e que esteja tranquilo.

Ao Rodrigo e a todos os Rodrigos,
duas vezes o infinito ****

terça-feira, 4 de junho de 2013

O que é ISTO???!

Já ninguém pode folhear uma revista em paz...

Há pessoas que poderiam virar um fóssil. Seria tão mais simples.


Ai Joaninha, Joaninha...

Ontem foi dia de Domingo Cultural!



Já andava há algum tempo a tentar convencer o maridão a ir espreitar o que a Joana Vasconcelos faz com um trem de cozinha.
O Palácio Nacional da Ajuda não ficava assim tão longe e o bom tempo chamava a sair de casa para se tirar mais uma carrada de fotos, que aqui em casa já sabem que apreciamos.



Ora a Exposição...a Exposição...e a Joana Vasconcelos...pois que não foi nada de especial. Nada mesmo.
Estou a tentar encontrar palavras para poder ser justa e sensata nesta crítica de quem não percebe nada de arte. Digamos que maior parte das peças já tinham sido mostradas pelos Media e isso tira logo metade da magia. Para além de haver coisas assim...tipo...como hei-de dizer...estranhas ou com um ar do estilo "se-eu-soubesse-que-isto-era-arte-também-já-o-tinha-feito-em-casa-e-cobrava-bilhete-aos-vizinhos".
Por exemplo,este estendal com gravatas a esvoaçarem com a ajuda de uma ventoinha por trás, foi talvez a peça mais banal que vi,



para além de ferros de engomar alinhados,



esculturas revestidas a crochet dos Açores (resmas delas espalhadas pelo Palácio),



uma overdose de panelas Silampos, que eu também tenho em casa mas que não chegavam a metade do salto alto (estas peças gosto, realmente está uma ideia brutal),



uma outra overdose de tampões, em forma de lustre do séc.XIII,



um helicóptero com penas,



um lustre com brincos ás cores,



um sofá com flores coloridas,



safou-se este coração de Viana, que adorei, todo feito com talheres de plástico. Sim, este sim, todo imponente.



Ai Joaninha, Joaninha, estava à espera de mais. Admiro a tua criatividade, mas tanta publicidade em volta das peças, que pensei que fosse ficar hiper mega super fã.
Fiquei desconsolada e acho, sinceramente, que não vale os 10€.
Valeu-nos o próprio Palácio que não conhecíamos e uma Lisboa cheia de sol, à nossa espera :)



Boa semana*****

sábado, 1 de junho de 2013

O peso das palavras

Semana cheia. Semana chata. Semana dura.
E num dia daqueles em que já nem me aguentava, deparo-me com isto, no meio da estrada de Carcavelos...quando regressava a casa.



Parecia que estava ali de propósito.
Na verdade, tudo mudou no minuto em que li.
É engraçado o peso que as palavras têm em nós: as que dizemos, as que lemos, as que ouvimos.

E ás vezes, as que nunca nos dizem também.